sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Atividades mamãe-bebê e a autorregulação em crianças



Para todas as crianças, hiperativas ou não, atividades lúdicas são tudo de bom e auxiliam na autorregulação da criança. Pais são tão parceiros quanto as mamães. (Observem a carinha atenta do baby!)


Pilates é uma delas.


Por Marise Jalowitzki
27.novembro.2015
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2015/11/atividades-mamae-bebe-e-autorregulacao.html


A autorregulação, também chamada de 'esforço de controle' é aquela capacidade que desenvolvemos em seguir regras, disciplinar a vontade, fazer as coisas que precisam ser feitas, conseguir não dizer as coisas de forma áspera, ou seja, a habilidade de se concentrar no foco e realizar uma ação concreta o mais assertivamente possível.

Quanto mais cedo aprendermos, melhor. E quanto mais este aprendizado acontecer de forma natural, interativa, prazerosa, melhor. 




O bebê tem muita dificuldade nisso e é notadamente no 3º ano de idade que começa a demonstrar o desenvolvimento de se autorregular, isto é, controlar impulsos (não berrar tanto, não bater tanto, não interromper os outros, saber esperar a sua vez, etc.). Isto pode e deve ser estimulado desde cedo pela mãe (e pai, sempre que possível) pois, quando feito com prazer, a autorregulação é exercitada com naturalidade e não apenas "porque mamãe - ou papai - mandou". 





A qualidade da relação afetiva, da interação entre a mãe, o pai e seu filhotinho vão fazer toda a diferença ao longo da infância, adolescencia e mesmo na maturidade. Ao invés de ordenar, apresentar a tarefa tipo "Eu estou mandando"... realizar atividades lúdicas como "O Mestre mandou", alternando os papéis, é tudo de bom e produzem níveis mais elevados do esforço de controle. 

Em um video que continua circulando, mamãe e bebê (que está aprendendo a engatinhar), realizam exercícios sincronizados lindos! Observem que, no início do video, o pequeno segue o que a mãe faz (inclusive olha para trás, para ver o movimento das pernas e imitar). Depois, há momentos em que ele toma a iniciativa e a mãe o segue. Alternam-se os papéis. Parceria-Amor. 



A identificação, em atividades conjuntas, constitui mais
um reforço à autoestima


"Embora quase todas as crianças apresentem grandes progressos em relação ao esforço de controle – e, consequentemente, em sua autorregulação – ao longo dos primeiros cinco anos de vida, há grandes diferenças individuais. Como comprovado por outros aspectos do temperamento, acredita-se que diferenças individuais de esforço de controle ocorrem por fatores biológicos – fatores hereditários e constitucionais, tais como o ambiente pré-natal – e por influências ambientais – por exemplo, atendimento pré-natal –, e podem ser afetadas por influencias ambientais também durante a infância. Acredita-se que o esforço de controle envolva capacidade de atenção executiva e pode estar vinculado à atividade no giro anterior do cíngulo (parte do sistema límbico no cérebro). Foi demonstrado que o esforço de controle, como parte da atenção executiva, está envolvido no controle voluntário de pensamentos e sentimentos, na resolução de conflitos em relação a informações discrepantes, na correção de erros e no planejamento de novas ações." (Posner MI, Rothbart MK. Attention, self-regulation and consciousness. Philosophical transactions of the Royal Society of London Series B-Biological Sciences 1998;353(1377):1915-1927.)



Autorregulação é assim!
Disciplina e entretenimento = Saúde!
Para assistir o video, clique: https://www.facebook.com/MamaeFitnesss/videos/1030319550345876/
7.793.984 visualizações


Diferenças individuais no esforço de controle, que surgem durante os primeiros cinco anos de vida, foram associadas a níveis mais altos de ajustamento, competencia social, obediencia adequada e consciencia, simultanea e posteriormente.

Implicações
"Os períodos de 1 a 3 anos de idade e pré-escolar constituem um momento no qual o esforço para controlar o temperamento surge rapidamente e fornece a base para o desenvolvimento da auto-regulação, que é essencial, uma vez que afeta a  qualidade das interações sociais da criança e sua capacidade de aprendizagem. Uma vez que se espera cada vez mais que a criança apresente auto-regulação ao longo de seu processo de crescimento, os adultos tendem a reagir negativamente a crianças que não desenvolveram níveis normativos de auto-regulação.

Embora diferenças individuais sejam parcialmente atribuídas à hereditariedade, é provável que os indivíduos responsáveis pela socialização da criança possam influenciar o desenvolvimento de seu esforço de controle. Uma vez que a qualidade das práticas parentais está associada a níveis mais elevados do esforço de controle, é importante que pais e outros cuidadores sejam estimulados a interagir com a criança de forma a favorecer o desenvolvimento desse tipo de controle. De fato, a relação entre o estilo das práticas parentais e uma gama de resultados do desenvolvimento é provavelmente causada, em parte, pelos efeitos dessas práticas sobre a auto-regulação das crianças. Devido à relação entre esforço de controle e desenvolvimento psicológico e sócio-emocional saudável, os provedores de serviços e os formuladores de políticas deveriam implementar procedimentos que favoreçam práticas parentais apoiadoras e interações entre professor e criança." (Eisenberg Nancy, Cumberland A, Spinrad TL. Parental socialization of emotion.  Psychological Inquiry1998;9(4):241-273.)
(As citações 'entre-aspas' integram uma pesquisa financiada pelo NIDA-National Institute on Drug Abuse e pelo NIH-National Institute of Health. Correspondências relativas deverão ser endereçadas a Dra. Nancy Eisenberg: Psychology, Arizona State University, Tempe, AZ 85287-1104. nancy.eisenberg@asu.edu - Enciclopedia Criança)




A vida está plena de compromissos e cláusulas. Mesmo que não se concorde com todo esse engessamento social é preciso ensinar aos pequenos a melhor forma de cumprir o instituído-necessário. 

Proporcionar o encontro com as satisfações dentro de um contexto não desejado pela criança é auxiliá-la na resiliência (capacidade para enfrentar, lidar e superar conflitos), fator imprescindível para viver bem, afastando, inclusive, males como sensação de fracasso, diminuição da auto estima, stress e até depressão. 

Coisa que acomete cada vez mais as crianças de hoje, especialmente por não verem perspectivas de uma vida mais plena.


Para saber mais:













Por Marise Jalowitzki
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/05/as-cinco-etapas-emocionais-de-criancas.html















O monitoramento do quadro
é mais uma ação necessária




http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/04/tdah-e-acordos-quadro-de-tarefas-perdas.html











 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 



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Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e  dicas práticas de como lidar 
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http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/

Para adquirir e obter mais informações, veja no blog  (AQUI) ou encaminhe e-mail para:
marisejalowitzki@gmail.com  

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