sexta-feira, 23 de setembro de 2016

TDAH, Bullyng, agressão física e a certeira intervenção dos pais


Todos contra a violência, seja física ou verbal. Todos a favor da Paz!! 





Por Carla Pereira


Olá mães e amigas do grupo, venho aqui mais uma vez compartilhar um pouquinho da nossa história.
Meu filho foi diagnosticado aos 5 anos com TDAH. Por 2 anos ele tomou ritalina e eu achava que estava fazendo o melhor para o meu filho. Toda a informação a que eu tinha acesso na época me direcionava pra isso. Inconformada com a situação, com o resultado do medicamento e com o que estava escrito na bula, continuei minha busca por informações, até encontrar esse grupo, Marise Jalowitzki, seu Livro e toda a informação contida aqui. Eu acreditei e nosso destino foi mudado.
Sem ritalina há quase 2 anos, meu querido filho se tornou um novo menino, mas algumas queixas da escola sempre persistiam: 
"chega do recreio emburrado e não quer copiar..."
"faz gracinhas pra chamar a atenção..."
"some e vão encontrá-lo isolado num canto da escola..."

Bullying e agressão fisica
O relato do garoto, a intervenção da mãe e a omissão da escola

Quando eu conversava com ele sobre os problemas apontados, ele sempre reclamava que um colega o excluía das brincadeiras e outro, sempre o agredia: ora com chutes, empurrões e bilhetinhos ofensivos. Eu sempre acreditei no meu filho e questionava a escola sobre o que acontecia na hora do recreio pra que ele chegasse emburrado em sala. A escola não me dava uma resposta exata. Eu já sabia: ele era excluído e apanhava. Com isso, chegava do recreio mostrando sua insatisfação, do jeito que conseguia mostrar. Pra escola, ele sempre era o culpado. Até que em 10 de julho, esses 2 colegas mais outro, ou seja, 3 colegas de sala, bateram nele com socos, chutes, e bateram muito sua cabeça na escada! A escola não me informou nada sobre o ocorrido, nem comunicaram aos outros pais para que intercedessem junto a seus filhos. Isso foi numa sexta, mas só fomos saber na segunda à noite, quando descobrimos um grande hematoma na barriga dele e perguntamos o que era aquilo. Tínhamos notado já algo estranho no comportamento dele, pois não queria dormir em seu quarto, e fez xixi na cama aqueles dias. Mas ele não queria contar. 
Durante toda a semana seguinte, conversamos na escola para que tomassem alguma atitude. Ele não queria ir pra aula, mas insistimos nessa semana. Entraram as férias, e o quadro continuou o mesmo: dormindo no meu quarto e fazendo xixi todos os dias na cama. Ele se referia a um dos garotos, o que sempre batia nele, como "monstro". 

A orientação da psicóloga e a troca de escola

Meu menino continua realizando terapia psicológica. A orientação da psicóloga era pra que mudasse de escola. As aulas voltaram e tentamos novamente,na mesma escola, mas ele não queria ir. A instituição não tomava atitude, nem tinha comunicado aos outros pais e já havia passado mais de um mês da agressão!! Num ato de desespero levei-o para outra escola por 3 dias. Mas ele pediu pra voltar. No dia que ele voltou, o colega agressor o agrediu verbalmente e depois, em sala, sem que ninguém intervisse. Num momento de fúria, meu filho se levantou e bateu com o caderno no rosto do colega. Pela primeira vez, ele agrediu. Mas a escola tentando acobertar tudo, principalmente sua incompetência, coloca-o como culpado. A vítima é a culpada pela agressão! O sofrimento dele era enorme. Víamos a cada dia seu sofrimento e sofríamos junto. Eu estava em frangalhos e chorava muito. Decidimos de uma vez por todas transferí-lo, tirá-lo dessa escola que nunca deu atenção a ele e que sempre achou que ele era o problema. Com muita insistência é contando tudo o que estava acontecendo com ele, conseguimos uma vaga numa escola estadual, perto de casa. No primeiro dia ele não quis fazer nada e pedia pra ir embora e voltar pra antiga  escola. Conversamos muito com ele, mostrando o quanto a mudança era boa, que a professora o estava acolhendo com amor e que ele iria fazer novas amizades. Agora, ele já está há quase 1 mês na nova escola e querem saber o que aconteceu?

A mudança saudável

Sabe aquele menino que voltava do recreio sempre emburrado, sem vontade de copiar, que fazia gracinhas, que jogava o material no chão pra chamar a atenção? 
Aquele que era excluído das brincadeiras, que irritava os colegas, que mesmo respondendo tudo o que a professora ensinava e tirando notas acima de 90% era expulso de sala de aula porque não queria fazer as atividades, e que a professora chegou a "receitar" um psicotrópico pra ele? 
Aquele que, devido ao bullying que recebia, não dormia mais em seu quarto e que passou a fazer xixi na cama todos os dias e que mesmo assim a escola não admitiu que ele estava sofrendo bullying e que apanhou dos colegas porque ele os tinha irritado? Tudo isso pra encobrir a incompetência dos seus profissionais? Você se lembra, né? Pois entao, esse menino sumiu, desapareceu!!!! 

Na nova escola está um menino alegre, participativo e que copia tudo, querido por todos os colegas, que recebe elogios da professora e foi até escolhido pra anotar os nomes dos colegas que fazem bagunça na hora que a professora sai de sala e está se sentindo o máximo. 

Um menino que desde que está na nova escola, voltou a dormir todos os dias no seu quarto e não faz mais xixi na cama. Um menino que disse que antes estava nas trevas, porque sofria bullying todos os dias, há muitos anos e que agora está no céu!! Que a professora atual é a melhor tia que já teve. E acima de tudo está se sentindo feliz!!! Isso tudo vem reafirmar tudo o que discutimos no grupo.


As escolas precisam mudar!

As escolas precisam mudar. Uma escola arcaica com Profissionais da educação que rotulam, "diagnosticam" e "receitam" e que enchem a boca pra dizer que tem 25 anos de experiência, como se isso lhes desse o direito a um diploma em medicina ou o direito de definir o futuro de cada um. Não respeitam o indivíduo, querendo que todos sejam iguais. Mais fácil acusar a criança, do que admitir sua incompetência. Mães, acreditem em seus filhos!!! É muito bom compartilhar isso com vocês! Cada depoimento que li, me encorajou cada vez mais. É muito bom saber que não estamos sós, e que tem mais gente que pensa como a gente! Meu muito obrigado e gratidão sempre à Marise e à terapeuta crânio sacral Ana Paula Moreira que sempre nos socorrem nos momentos mais difíceis!

Carla Cristina é empresária, em Minas Gerais


"Fico MUITO FELIZ, querida Carla, que tenhas conseguido escrever tudo, com emoção e realismo tudo que aconteceu com teu pequeno. Sim, é preciso denunciar cada vez mais e sempre, até aconecer a mudança necessária nas escolas, seja ao ministrar conteúdos, seja na gestão de conflitos!
Cada vez mais recebo relatos de escolas particulares que deixam a desejar! Sim, as escolas públicas também tem sérios problemas, mas, parece que alguns dos professores, verdadeiros guerreiros-anjos, também estão lá!!! Fico feliz que tenham encontrado uma dessas profissionais! E torcendo para que tudo seja cada vez melhor!! Quando conversamos, senti um aperto muito grande pelo teu garoto! Quanto aos agressores, covardia com o aval da escola!! E ainda dizem que trabalham antibullying!! Vocês todos deram a volta por cima e é isto que vale mais que tudo! Mamães como tu é que transformam os obstáculos e desafios de um pequeno em lições de energia e fortalecimento! Que bom que o pai está junto nessa!! Bençãos e Bençãos, amiga!  E um abraço especial no querido filhote!" (Marise Jalowitzki - educadora e especialista em Desenolvimento Humano e autora de vários livros, entre eles TDAH Crianças que Desafiam)


Anna Paula Moreira, terapeuta crânio sacral

"Carla, Estou muito feliz! 
Não sei como essa escola funciona até hoje, fui aluna dela e tbem sofri muito, mas na época meus pais eram chamados; porque eu era burra tirava notas ruins se fosse hoje era TDHA. Passado o tempo, não queria para escola, me sentia burra, infeliz, ninguém conversava comigo, não adiantava falar em casa eles não acreditavam, até que um dia meu pai queria mudar de cidade e mandou eu e meu irmão na frente, me matriculou no Santa Terezinha em vila velha onde eu fui bem acolhida, Gostei tanto que eu queria, Estudar no Marista, Na época só entrava por processo avaliativo, sabe a burra do colégio, passou em oitavo lugar......Só que a maioria das vezes os pais escutam é o que o professor diz e não o filho, tem muita mãe perdida e filhos infelizes e desanimados em escolas arcaicas que não acompanha a mudança do mundo." (
Anna Paula Moreira - terapeuta crânio sacral, é a especialista que atende o filho da nossa amiga Carla, em Minas Gerais)



Conheça algumas dicas de intervenção:
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/01/tdah-meu-filho-tem-15-anos-e-uma.html


video:https://www.youtube.com/watch?v=tcZ7WM12-l8 

Querendo, leia também:



O que precisa ser revisto e aprimorado: os seres desadaptados e desajustados ou o sistema, o meio social vigente e o conteúdo escolar?


MINISTÉRIO DA SAÚDE PUBLICA RECOMENDAÇÕES SOBRE O USO ABUSIVO DE MEDICAMENTOS NA INFÂNCIA - 01.outubro.2015

Por Marise Jalowitzki





TDAH e Lei Anti-Bullying
Pais precisam se posicionar para coibir esta prática! Sim, a revolta não pode paralisar! Tem de levar a uma ação efetiva! LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015





Eduardo Cordeiro morreu após ser espancado na escola.
Foto: Divulgação-Arquivo Pessoal



Por Marise Jalowitzki
31.agosto.2016
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/08/bullying-menino-de-12-anos-e-espancado.html












Violência e Estresse - Imagem Instituto Nacional de Saúde
Como fica a criança que é submetida à pressão, à humilhação, à exposição e cobrança constantes, seja na escola, pela professora-orientadora, seja pelo bullying dos coleguinhas, seja pela exigencia dos pais pressionados?




Por Justine Alford
Tradução livre: Marise Jalowitzki
publicado neste blog em 27.outubro.2015

http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2015/10/dna-de-uma-crianca-pode-ser-afetado.html


Para saber mais ações antibullying, eis aqui um blog específico: http://sinepecontraobullying.blogspot.com.br/p/noticias_3.html



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista.Especialista em Desenvolvimento Humano, defensora de uma infância saudável, antimedicalização. Escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 
blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade







Fármacos psiquiátricos fazem mais mal que bem - Peter Gøtzsche, cientista dinamarquês defende redução drástica do uso de medicamentos contra doenças psíquicas

Peter Gotzsche - Pesquisador dinamarquês - foto Peter Bertel 



Transcrito do Jornal El Pais
Por Daniel Mediavilla 
 
publicado neste blog em 23.setembro.2016, compartilhado por Lu Marroco
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/09/el-pais-peter-gtzsche-declara-que.html

Em 1936, o neurologista português Egas Moniz apresentou uma operação cirúrgica que destruía conexões entre a região pré-frontal e outras partes do cérebro. Esta cirurgia, chamada lobotomia, popularizou-se como tratamento para a esquizofrenia e valeu o Nobel de Medicina a Moniz em 1949. A intervenção caiu em desuso após o surgimento de drogas como a clorpromazina, que se tornaram o tratamento habitual para esse tipo de doença mental.

Desde então, a lobotomia se tornou símbolo de umapsiquiatria que anulava os pacientes sob a justificativa de curá-los, e alguns grupos de familiares de lobotomizados pediram inclusive que o Nobel de Moniz seja cassado. Alguns especialistas, porém, entendem que naquela época, sem alternativas terapêuticas para essas psicoses, o tratamento do médico português melhorava a vida dos pacientes e de seus familiares.


O caso da lobotomia é uma amostra de como podem ser polêmicas as ferramentas terapêuticas de uma disciplina complexa como a psiquiatria. Os fármacos que serviram para tornar aquela cirurgia obsoleta, preservando, segundo muitos psiquiatras, a dignidade para pacientes com transtornos psicológicos graves, tampouco estão imunes às críticas. Peter Gøtzsche (Næstved, Dinamarca, 1949), professor de Concepção e Análise de Testes Clínicos da Universidade de Copenhague, há anos defende a redução drástica do uso de fármacos contra as doenças psiquiátricas. Em seu livro Medicamentos Mortais e Crime Organizado (editora Bookman), o pesquisador dinamarquês analisa as carências da ciência que justifica o uso desses fármacos e explica por que acredita que, apesar do consenso favorável a eles entre os psiquiatras, esses remédios “estão fazendo mais mal do que bem”.

Pergunta. Você defende uma redução paulatina [Gøtzsche adverte sobre o risco de deixar de tomar psicofármacos repentinamente], mas praticamente total, do consumo de medicamentos psiquiátricos. Entretanto, há muitos psiquiatras que defendem sua utilidade e afirmam que eles permitiram reduzir a quantidade de doentes encerrados em manicômios

Por que passaram séculos fazendo sangrias, inclusive quando o paciente precisava de fluidos?


Resposta. Em primeiro lugar, não é correto dizer que os antipsicóticos tenham reduzido a presença de pessoas em manicômios. O esvaziamento deles têm a ver com considerações financeiras. Era muito caro manter tanta gente nessas instituições por muitos anos. Essa redução não coincide com a introdução de fármacos antipsicóticos.

Os antipsicóticos estão entre os medicamentos mais tóxicos que existem, depois da quimioterapia para o câncer. Produzem dano cerebral permanente, algumas vezes inclusive depois de um tempo de uso relativamente breve, e tornam mais difícil que a pessoa volte a viver uma vida plena. Cheguei à conclusão de que, muito provavelmente, seria muito melhor para nós se não utilizássemos absolutamente nenhum antipsicótico.


Não sou a única pessoa que acha isso. Há psiquiatras que estudaram a literatura de uma forma tão cuidadosa como eu e que chegaram à mesma conclusão: que na verdade não precisamos de fármacos antipsicóticos, porque, apesar do nome, antipsicótico, não curam as psicoses. Os antipsicóticos tranquilizam as pessoas, mas também lhes tiram parte das suas emoções, parte dos seus pensamentos normais. Você pode ver que alguns deles se tornam zumbis, incapazes de fazer qualquer coisa.

P. Se estes fármacos são tão nocivos, por que começaram a ser usados de forma habitual na psiquiatria?


R. Em 1954, quando a clorpromazina foi descoberta e chegou ao mercado, era considerada uma droga ruim, comparada a uma lobotomia química. Entretanto, um ano depois, de repente ficou boa. Isso é muito estranho. Houve um presidente da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria Biológica que afirmou que esse fármaco era como a insulina para o diabetes. É algo demencial, porque, se você tiver diabetes, lhe falta insulina, e quando lhe dão algo que lhe falta é um bom tratamento. Mas quando você tem uma psicose não lhe falta nada, então a comparação é errônea. Entretanto, desde que essa ideia foi lançada fala-se em um desequilíbrio químico. Não há desequilíbrio químico, nunca se pôde demonstrar que haja nada nos pacientes psicóticos ou depressivos que seja diferente das pessoas sãs. O desequilíbrio químico é uma mentira.

O Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA realizou um teste com clorpromazina, com fármacos similares e com um placebo e concluiu justamente o contrário do que ocorre quando se dá estas drogas às pessoas. Observaram que os pacientes ficavam menos apáticos, que se moviam mais e pareciam melhorar. Estas drogas fazem justamente o contrário. Isto acontece porque os testes não estão bem cegados [concebidos de modo a evitar distorções].

Com a psicoterapia, pode-se ensinar as pessoas a lidarem com sentimentos que acabam transformando-as em pacientes psiquiátricos


P. Se os dados dos estudos são acessíveis a todo mundo, por que tantos psiquiatras os interpretam mal? São todos burros ou malvados?

R. Esta pergunta é interessante e não diz respeito apenas à psiquiatria. Por que passaram tantos séculos fazendo sangrias? Mesmo quando o paciente tinha cólera e precisava de fluidos, tiravam o sangue das pessoas, e muitas vezes isso as matava. E acreditavam que faziam bem. Durante séculos. Como é possível que nós, os humanos, que temos cérebros maravilhosos, possamos ficar presos em equívocos coletivos como as sangrias ou a crença nos antipsicóticos. Assim são os humanos, mas temos que combater isso demonstrando às pessoas que suas crenças não coincidem com as evidências científicas.


P. Que alternativas existem aos fármacos contra as psicoses graves?

R. É muito simples: fármaco nenhum. A alternativa a dar muitas drogas às pessoas é lhes dar muito poucas. Se fizéssemos isso, teríamos uma população mais saudável, que viveria mais, porque as drogas psiquiátricas matam muita gente. E não aleijaríamos tanta gente, tanto física como cerebralmente. Outra opção é entender que muitas das ditas enfermidades psiquiátricas são tratadas melhor através da psicoterapia. Essas doenças muitas vezes têm a ver com fortes emoções com as quais as pessoas não podem lidar e que as deixam assustadas, ansiosas... Usando a psicoterapia, pode-se ensinar as pessoas a lidarem com esses sentimentos fortes que acabam transformando-as em pacientes psiquiátricos.

Os antipsicóticos tranquilizam as pessoas, mas também lhes tiram parte das suas emoções

P. Como os psiquiatras costumam reagir às suas críticas?
R. Rarissimamente debatem comigo o que a ciência diz. Acho que isso mostra que para eles é difícil debater sobre a ciência. O que fazem é tratar de me denegrir como pessoa. Dizendo que não sou um psiquiatra. É verdade, mas aprendi a ler, sou um pesquisador, sei ler artigos científicos. Não preciso ser um psiquiatra para saber sobre essa área.
Também, além desses psiquiatras que se sentem ameaçados, há outros que estão de acordo comigo. E há alguns que não utilizam drogas psiquiátricas. Há outros psiquiatras que estão mudando de opinião com base no meu trabalho, algo que me anima muito. Alguns não escutam, porque consideram aterrador demais. Se você acreditou em algo durante 30 anos, como vai alterar essa crença? Como vai dizer para si mesmo: “Eu estava enganado desde o começo, fiz muito mal aos meus pacientes”? Isso não é fácil, é mais fácil fechar os olhos e continuar como sempre.
P. Do jeito que você explica as coisas, dá a sensação de que as pessoas estão bem, começam a tomar remédios e pioram, e precisam parar de tomá-los para voltar a ficar bem. Mas as pessoas começam a tomar medicamentos porque estão mal, e quando deixarem de tomá-los é provável que a doença não tenha desaparecido.
R. É um pouco complicado. Quando as pessoas não se sentem bem e começam a tomar drogas, muitos sentem que elas ajudam. Mas o que não sabem é o que teria acontecido se não tivessem tomado nenhum fármaco. A maior parte das pessoas melhoraria em questão de semanas, sem necessidade de drogas. Quando você lhes dá um antidepressivo, muitos também melhoram em questão de semanas. Mas a diferença entre administrar a droga e um placebo é muito pequena, e esses testes clínicos não são confiáveis, porque não estão bem cegados. Tanto os médicos como os pacientes confundem o processo natural de cura que teria acontecido de qualquer forma, inclusive com uma psicose aguda, com o efeito do fármaco.
Por outro lado, os pacientes ficam nervosos quando deixam a medicação. Perguntam-se o que acontecerá, se voltarão a ficar deprimidos. E, sim, se deixarem um antidepressivo de um dia para o outro, muitas pessoas terão umadepressão em questão de dias, mas isto não é uma depressão real, é uma depressão fruto da abstinência. Agora seu cérebro mudou e, como um alcoólatra quando deixa o álcool, você vai se sentir mal.
A amiga Lu Marroco comenta: "Gostaria de destacar dois pontos: quando o entrevistado diz que o criador da lobotomia (que hoje horroriza meio mundo) já ganhou um Nobel por isso (ou seja, aquilo que já foi glorioso um dia pode mudar amanhã e se tornar repugnante para a ciência). Quando ele conta que sempre que tenta conversar a respeito dos antipsicóticos com psiquiatras estes psiquiatras não querem discutir ciência, mas, sim, atacá-lo. Não pude também deixar de pensar na naturalidade com que médicos prescrevem risperidona para crianças mal-humoradas ou com tdah... é a banalização do mal!"
Tudo verdade!


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista.Especialista em Desenvolvimento Humano, defensora de uma infância saudável, antimedicalização. Escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 
blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade







quinta-feira, 22 de setembro de 2016

TDAH e Bipolar - Rebecca Riley - Excesso de medicação psicotrópica leva menina de 4 anos à morte

TDAH e Bipolar, "diagnóstico" dos 2 aos 4 anos!  Alienação Parental e Médica - Rebecca Riley morreu aos 4 anos de idade, vítima de negligência, em overdose de clonidina, seroquel, depakote

Rebecca Riley, quando tinha 28 meses de idade, foi tratado por uma psiquiatra devido às queixas de sua mãe que Rebecca era muito "hiper", muito agitada e tinha dificuldade para dormir. A psiquiatra foi Kayoko Kifuji, de Tufts-New England Medical Center, em Boston, Massachusetts. A psiquiatra diagnosticou déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e prescreveu clonidina , uma droga hipertensiva com propriedades sedativas, a mesma droga que Kifuji também já havia prescrito para a irmã mais velha (6 anos) e seu  irmão, então com 11 anos. Rebecca, aos 3 anos, recebeu da psiquiatra, sempre com base nos relatos dos pais, o adicional diagnóstico de transtorno bipolar, tendo prescrito mais dois sedativos potentes, o antipsicótico Seroquelácido valpróico, o anticonvulsivante Depakote. (1)

Uma tragédia como esta precisa ser discutida, pois permite a reflexão sobre ambiente familiar desajustado, crianças indesejadas, vocação para ser pai e-ou mãe, negligência de uma das partes, ou de ambas, sobre a educação e a proteção aos pequenos.


Rebecca Riley - Excesso de medicação psicotrópica leva menina de 4 anos à morte


Tradução Livre: Marise Jalowitzki
22.setembro.2016
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/09/rebbeca-riley-excesso-de-medicacao.html

Rebecca Riley (11 de Abril de 2002 - 13 de dezembro de 2006),  filha de Michael e Carolyn Riley e residente em Hull, Massachusetts , foi encontrada morta em sua casa após a exposição prolongada a vários medicamentos. Seus pulmões estavam cheios de líquido. O médico legista determinou que a menina morreu de "intoxicação devido aos efeitos combinados" de medicamentos prescritos. A polícia relatou ao Estado que a menina de 4 anos estava tomando 750 miligramas por dia de Depakote, 200 miligramas por dia de Seroquel e 35 miligramas por dia de clonidinaRebecca estava tomando os medicamentos desde a idade de dois anos para transtorno bipolar e TDAH , diagnosticados pelo psiquiatra Kayoko Kifuji do Centro Médico Tufts-New England [2]

Os pais de Rebecca, Michael Riley (à época com 34 anos) e Carolyn (à época com 32 anos) estavam desempregados, contando com os benefícios da segurança social para seu sustento. Segundo vária fontes, esta é uma prática cada vez mais comum entre determinadas famílias americanas: obter diagnósticos psiquiátricos para os flhos, o que os qualifica para receber benefícios por deficiência psíquica, além de tornar as crianças "mais fáceis de gerir". "Ela me deixava louca."



partir da idade de dois anos, Rebecca foi diagnosticado com TDAH e transtorno bipolar, principalmente com base na informação dada pela mãe à psiquiatra infantil Kayoko Kifuji do Centro Médico Tufts-Nova Inglaterra. Kifuji prescreveu uma série de medicamentos para Rebecca: A clonidina , ácido valpróico ( Depakote ), dextrometorfano , e Chlorpheniramine e seu coração e pulmões foram danificados devido ao uso prolongado desses medicamentos controlados-tarjados.  [2]

Apesar do diagnóstico oferecido pelos pais Michael e Carolyn Riley ao Serviço Social para receber benefícios pecuniários, foram duas vezes rejeitados pelo Supplemental Security Income, depois que os médicos do programa federal analisaram sua filha Rebecca e não encontraram nenhuma indicação de que ela sofria sintomas de transtorno bipolar ou transtorno de déficit de atenção, declarou Frank Middleton, um assistente procurador do distrito Plymouth, em audiência perante o juiz em Plymouth Superior Tribunal de Justiça. (3)

Em uma determinada manhã, Rebecca estava morte, deitadinha no chão, ao lado da cama dos pais, vítima de uma overdose das drogas que a mãe lhe havia ministrado. Imediatamente após sua morte, o regime de medicação usado na criança foi defendido por pelo Centro Médico de Tufts-New England Medical Center, endossando as prescrições da psiquiatra Kifuji. [1] [2]

Os pais, Michael e Carolyn Riley foram levados sob custódia policial em 6 de Fevereiro de 2007, pela morte da filhinha Rebecca e acusados de assassinato em primeiro grau. Seus outros dois filhos, que também estavam incluídos em um programa de uso em uma série medicamentos controlados, foram transferidos para casas de custódia. O Departamento de Serviços Sociais relatou que os pais têm uma história de serem abusivos e negligentes. Em 9 de fevereiro de 2010, Carolyn Riley foi considerada culpada por assassinato em segundo grau na morte de sua filha e condenada à prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional em 15 anos. O julgamento de Michael começou no dia 8 de março de 2010. Em 27 de setembro de 2010, Michael Riley foi considerado culpado de assassinato em primeiro grau e recebeu a sentença automática de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. [1] [3]
Pesavam também sobre ele acusações de abusar sexualmente de uma filha adotiva, de um outro relacionamento da mãe Carolyn. [4]

Os pais de Rebecca

A Madrugada da morte de Rebecca
A garotinha estava com gripe e tossia muito na noite que antecedeu sua morte. Pela madrugada, a pequena levantou-se e foi até o quarto dos pais e pediu amparoa eles. A mãe levantou-se e deu-lhe mais psicotrópicos, para fazê-la dormir. Quando os pais acordaram, às 06h30min da manhã, a menininha ainda estava no quarto, ainda ao lado da cama dos pais, no chão, só que já estava morta! 

A Necessária Reflexão que devemos fazer


Como toda criança, a menina merecia uma vida digna e plena de afeto e acolhimento. "Infelizmente, aos maus-tratos que marcaram a curta vida de Rebecca em casa, somam-se a negligência pela profissional psiquiátrica. Apesar das pressões do ambiente e intrafamiliares que, sem dúvida foram a causa para ​​Rebecca agir de uma forma que incomodava aos pais, a psiquiatra que "tratou" da pequena menina achou por bem diagnosticar esta criança que presumivelmente mal havia saído das fraldas com uma grande doença mental, o transtorno bipolar. Tendo estabelecido esta patologia (pelo menos dentro dos estreitos limites, biologicamente tendenciosos da mente desta profissonal), a médica, em seguida, escolheu submeter Rebecca a um poderoso e, em retrospecto, perigoso cocktail de medicamentos psicotrópicos alguns ou todos foram prescritos off -label , ou seja, fora da aprovação legal de uso. É difícil imaginar um nível mais negligente e incompetente de cuidados. A suspensão, se não uma acusação, deve ser próxima."(4) 

Entretanto, "A partir de 2013, Kayoko Kifuji voltou a praticar medicina como psiquiatra infantil." [1] [3]
Os demais implicados

"Mas, e quanto ao estabelecimento psiquiátrico em geral, que cada vez mais minimiza o papel do ambiente no desenvolvimento da disfunção e mal-estar em favor de fatores puramente biológicos que podem aparentemente ser tratados com medicação? 

- E quanto às empresas farmacêuticas, e seus representantes de vendas, que incentivam tais pontos de vista e promovem cada vez mais o uso off-label dos seus produtos, tais como a medicação a que Rebecca estava sujeita? 

- E quanto às companhias de seguros de saúde, que geralmente preferem a eficiência de custo da farmacoterapia contra a psicoterapia e apoio em tal tratamento? 

-  E o que dizer da responsabilidade do Congresso e da FDA - Food and Drug Administration, que têm permitido lobistas para a indústria farmacêutica e seguros, para exercer uma influência indevida sobre políticas públicas e para ajudar a criar um sistema de atendimento que valoriza os lucros de uns poucos para a saúde de muitos? 

- O que dizer do governo, que paga as necessidades das crianças e famílias, mas não consegue financiar adequadamente os programas e serviços essenciais? 

- O que dizer de todas essas outras pessoas que, de uma forma ou de outra, foram cúmplices na morte de Rebecca Riley? Por que uma criança têm que responder por essa tragédia?" (4)


Psiquiatra Kayoko Kifuji

"Dra. Kayoko Kifuji - Mesmo se admitirmos a possibilidade de que o transtorno bipolar pode ser diagnosticado aos dois anos de idade (a premissa é questionável por muitos especialistas), a evidência sugere que a Dra. Kifuji permitia o pais administrar os medicamentos e concordou com as suas decisões de aumento de doses. Prescrições por telefone foram autorizadas sem avaliar a menina. A psiquiatra foi advertida por farmácias que os pais de Rebecca estavam comprando seguidamente medicamentos, cada vez mais rapidamente do que o esperado. Assistentes sociais e uma enfermeira da escola também alertaram a psiquiatra, pelo fato de Rebecca parecer em overdose, portando-se "como uma boneca flexível", mas a Dra. Kifuji supostamente não fez nenhum ajuste no tratamento da pequena." (8) Mais em: https://thoughtbroadcast.com/2011/02/02/lessons-of-rebecca-riley/



Tradução: Autismo... Bipolar... Depressão...Hiperatividade...Stress Pós-Traumático...
Paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas seus rótulos vão me aleijar para a vida.
Lembrem-se de Rebecca Riley 2002-2006 (5)





Fontes

Referências do Wikipedia:
  1.  http://www.cbsnews.com/news/what-killed-rebecca-riley/
  2. http://archive.boston.com/news/local/articles/2007/02/06/hull_parents_arrested_in_girls_poisoning_death/
  3. http://archive.boston.com/news/local/massachusetts/articles/2007/02/08/dss_case_file/
  4. https://kmareka.com/2007/02/07/a-conspiracy-of-neglect/
  5. Kirk, Stuart A. (2013). Mad Ciência: Psiquiatria Coação, Diagnóstico e Drogas . Publishers transação. p. 218-219.


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista.Especialista em Desenvolvimento Humano, defensora de uma infância saudável, antimedicalização. Escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 
blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


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Déficit de Atenção e Hiperatividade