sexta-feira, 23 de setembro de 2016

TDAH, Bullyng, agressão física e a certeira intervenção dos pais


Todos contra a violência, seja física ou verbal. Todos a favor da Paz!! 





Por Carla Pereira


Olá mães e amigas do grupo, venho aqui mais uma vez compartilhar um pouquinho da nossa história.
Meu filho foi diagnosticado aos 5 anos com TDAH. Por 2 anos ele tomou ritalina e eu achava que estava fazendo o melhor para o meu filho. Toda a informação a que eu tinha acesso na época me direcionava pra isso. Inconformada com a situação, com o resultado do medicamento e com o que estava escrito na bula, continuei minha busca por informações, até encontrar esse grupo, Marise Jalowitzki, seu Livro e toda a informação contida aqui. Eu acreditei e nosso destino foi mudado.
Sem ritalina há quase 2 anos, meu querido filho se tornou um novo menino, mas algumas queixas da escola sempre persistiam: 
"chega do recreio emburrado e não quer copiar..."
"faz gracinhas pra chamar a atenção..."
"some e vão encontrá-lo isolado num canto da escola..."

Bullying e agressão fisica
O relato do garoto, a intervenção da mãe e a omissão da escola

Quando eu conversava com ele sobre os problemas apontados, ele sempre reclamava que um colega o excluía das brincadeiras e outro, sempre o agredia: ora com chutes, empurrões e bilhetinhos ofensivos. Eu sempre acreditei no meu filho e questionava a escola sobre o que acontecia na hora do recreio pra que ele chegasse emburrado em sala. A escola não me dava uma resposta exata. Eu já sabia: ele era excluído e apanhava. Com isso, chegava do recreio mostrando sua insatisfação, do jeito que conseguia mostrar. Pra escola, ele sempre era o culpado. Até que em 10 de julho, esses 2 colegas mais outro, ou seja, 3 colegas de sala, bateram nele com socos, chutes, e bateram muito sua cabeça na escada! A escola não me informou nada sobre o ocorrido, nem comunicaram aos outros pais para que intercedessem junto a seus filhos. Isso foi numa sexta, mas só fomos saber na segunda à noite, quando descobrimos um grande hematoma na barriga dele e perguntamos o que era aquilo. Tínhamos notado já algo estranho no comportamento dele, pois não queria dormir em seu quarto, e fez xixi na cama aqueles dias. Mas ele não queria contar. 
Durante toda a semana seguinte, conversamos na escola para que tomassem alguma atitude. Ele não queria ir pra aula, mas insistimos nessa semana. Entraram as férias, e o quadro continuou o mesmo: dormindo no meu quarto e fazendo xixi todos os dias na cama. Ele se referia a um dos garotos, o que sempre batia nele, como "monstro". 

A orientação da psicóloga e a troca de escola

Meu menino continua realizando terapia psicológica. A orientação da psicóloga era pra que mudasse de escola. As aulas voltaram e tentamos novamente,na mesma escola, mas ele não queria ir. A instituição não tomava atitude, nem tinha comunicado aos outros pais e já havia passado mais de um mês da agressão!! Num ato de desespero levei-o para outra escola por 3 dias. Mas ele pediu pra voltar. No dia que ele voltou, o colega agressor o agrediu verbalmente e depois, em sala, sem que ninguém intervisse. Num momento de fúria, meu filho se levantou e bateu com o caderno no rosto do colega. Pela primeira vez, ele agrediu. Mas a escola tentando acobertar tudo, principalmente sua incompetência, coloca-o como culpado. A vítima é a culpada pela agressão! O sofrimento dele era enorme. Víamos a cada dia seu sofrimento e sofríamos junto. Eu estava em frangalhos e chorava muito. Decidimos de uma vez por todas transferí-lo, tirá-lo dessa escola que nunca deu atenção a ele e que sempre achou que ele era o problema. Com muita insistência é contando tudo o que estava acontecendo com ele, conseguimos uma vaga numa escola estadual, perto de casa. No primeiro dia ele não quis fazer nada e pedia pra ir embora e voltar pra antiga  escola. Conversamos muito com ele, mostrando o quanto a mudança era boa, que a professora o estava acolhendo com amor e que ele iria fazer novas amizades. Agora, ele já está há quase 1 mês na nova escola e querem saber o que aconteceu?

A mudança saudável

Sabe aquele menino que voltava do recreio sempre emburrado, sem vontade de copiar, que fazia gracinhas, que jogava o material no chão pra chamar a atenção? 
Aquele que era excluído das brincadeiras, que irritava os colegas, que mesmo respondendo tudo o que a professora ensinava e tirando notas acima de 90% era expulso de sala de aula porque não queria fazer as atividades, e que a professora chegou a "receitar" um psicotrópico pra ele? 
Aquele que, devido ao bullying que recebia, não dormia mais em seu quarto e que passou a fazer xixi na cama todos os dias e que mesmo assim a escola não admitiu que ele estava sofrendo bullying e que apanhou dos colegas porque ele os tinha irritado? Tudo isso pra encobrir a incompetência dos seus profissionais? Você se lembra, né? Pois entao, esse menino sumiu, desapareceu!!!! 

Na nova escola está um menino alegre, participativo e que copia tudo, querido por todos os colegas, que recebe elogios da professora e foi até escolhido pra anotar os nomes dos colegas que fazem bagunça na hora que a professora sai de sala e está se sentindo o máximo. 

Um menino que desde que está na nova escola, voltou a dormir todos os dias no seu quarto e não faz mais xixi na cama. Um menino que disse que antes estava nas trevas, porque sofria bullying todos os dias, há muitos anos e que agora está no céu!! Que a professora atual é a melhor tia que já teve. E acima de tudo está se sentindo feliz!!! Isso tudo vem reafirmar tudo o que discutimos no grupo.


As escolas precisam mudar!

As escolas precisam mudar. Uma escola arcaica com Profissionais da educação que rotulam, "diagnosticam" e "receitam" e que enchem a boca pra dizer que tem 25 anos de experiência, como se isso lhes desse o direito a um diploma em medicina ou o direito de definir o futuro de cada um. Não respeitam o indivíduo, querendo que todos sejam iguais. Mais fácil acusar a criança, do que admitir sua incompetência. Mães, acreditem em seus filhos!!! É muito bom compartilhar isso com vocês! Cada depoimento que li, me encorajou cada vez mais. É muito bom saber que não estamos sós, e que tem mais gente que pensa como a gente! Meu muito obrigado e gratidão sempre à Marise e à terapeuta crânio sacral Ana Paula Moreira que sempre nos socorrem nos momentos mais difíceis!

Carla Cristina é empresária, em Minas Gerais


"Fico MUITO FELIZ, querida Carla, que tenhas conseguido escrever tudo, com emoção e realismo tudo que aconteceu com teu pequeno. Sim, é preciso denunciar cada vez mais e sempre, até aconecer a mudança necessária nas escolas, seja ao ministrar conteúdos, seja na gestão de conflitos!
Cada vez mais recebo relatos de escolas particulares que deixam a desejar! Sim, as escolas públicas também tem sérios problemas, mas, parece que alguns dos professores, verdadeiros guerreiros-anjos, também estão lá!!! Fico feliz que tenham encontrado uma dessas profissionais! E torcendo para que tudo seja cada vez melhor!! Quando conversamos, senti um aperto muito grande pelo teu garoto! Quanto aos agressores, covardia com o aval da escola!! E ainda dizem que trabalham antibullying!! Vocês todos deram a volta por cima e é isto que vale mais que tudo! Mamães como tu é que transformam os obstáculos e desafios de um pequeno em lições de energia e fortalecimento! Que bom que o pai está junto nessa!! Bençãos e Bençãos, amiga!  E um abraço especial no querido filhote!" (Marise Jalowitzki - educadora e especialista em Desenolvimento Humano e autora de vários livros, entre eles TDAH Crianças que Desafiam)


Anna Paula Moreira, terapeuta crânio sacral

"Carla, Estou muito feliz! 
Não sei como essa escola funciona até hoje, fui aluna dela e tbem sofri muito, mas na época meus pais eram chamados; porque eu era burra tirava notas ruins se fosse hoje era TDHA. Passado o tempo, não queria para escola, me sentia burra, infeliz, ninguém conversava comigo, não adiantava falar em casa eles não acreditavam, até que um dia meu pai queria mudar de cidade e mandou eu e meu irmão na frente, me matriculou no Santa Terezinha em vila velha onde eu fui bem acolhida, Gostei tanto que eu queria, Estudar no Marista, Na época só entrava por processo avaliativo, sabe a burra do colégio, passou em oitavo lugar......Só que a maioria das vezes os pais escutam é o que o professor diz e não o filho, tem muita mãe perdida e filhos infelizes e desanimados em escolas arcaicas que não acompanha a mudança do mundo." (
Anna Paula Moreira - terapeuta crânio sacral, é a especialista que atende o filho da nossa amiga Carla, em Minas Gerais)



Conheça algumas dicas de intervenção:
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/01/tdah-meu-filho-tem-15-anos-e-uma.html


video:https://www.youtube.com/watch?v=tcZ7WM12-l8 

Querendo, leia também:



O que precisa ser revisto e aprimorado: os seres desadaptados e desajustados ou o sistema, o meio social vigente e o conteúdo escolar?


MINISTÉRIO DA SAÚDE PUBLICA RECOMENDAÇÕES SOBRE O USO ABUSIVO DE MEDICAMENTOS NA INFÂNCIA - 01.outubro.2015

Por Marise Jalowitzki





TDAH e Lei Anti-Bullying
Pais precisam se posicionar para coibir esta prática! Sim, a revolta não pode paralisar! Tem de levar a uma ação efetiva! LEI Nº 13.185, DE 6 DE NOVEMBRO DE 2015





Eduardo Cordeiro morreu após ser espancado na escola.
Foto: Divulgação-Arquivo Pessoal



Por Marise Jalowitzki
31.agosto.2016
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/08/bullying-menino-de-12-anos-e-espancado.html












Violência e Estresse - Imagem Instituto Nacional de Saúde
Como fica a criança que é submetida à pressão, à humilhação, à exposição e cobrança constantes, seja na escola, pela professora-orientadora, seja pelo bullying dos coleguinhas, seja pela exigencia dos pais pressionados?




Por Justine Alford
Tradução livre: Marise Jalowitzki
publicado neste blog em 27.outubro.2015

http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2015/10/dna-de-uma-crianca-pode-ser-afetado.html


Para saber mais ações antibullying, eis aqui um blog específico: http://sinepecontraobullying.blogspot.com.br/p/noticias_3.html



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista.Especialista em Desenvolvimento Humano, defensora de uma infância saudável, antimedicalização. Escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 
blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade







2 comentários:

  1. Fico muito triste de saber que muitas crianças sofrem bullying nas escolas.Tenho um neto com 12 anos que vem sofrendo bullying desde 4 anos de idade, uma luta constante,dia 4/10/16 deram socos na barriga chutes nas partes íntimas ele só disse que estava com dor de barriga estava tomando banho e pediu ajuda, quando olhei vi que estava inchado e roxo não acreditei.O caso esta no conselho tutelar, vai para o promotor,espero e conto que teja um final feliz.O comentario da Carla
    Pereira me comoveu.

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    1. Meu Deus, que coisa horrível! Uma criança pode simplesmente morrer após tantas agressões! E o abalo psíquico, então? Este amadinho precisa de acompanhamento terapêutico psicológico, querida Madalena! Pra poder expressar tudo que lhe vai na alma, inclusive a revolta que ele abafa! E considera a possibilidade de sugerir que os pais, urgentemente, o troquem de escola. Não sei qual foi a posição da escola, mas costumam não se envolver muito.

      A não ser queseja uma dessas belas exceções, quedevemos elogiar sempre, que chama os pais de todas as crianças envolvidas, junto a mãe do menino agredido e mostra a importância da não violencia e o quanto a escola coibe tais práticas.

      Escola comprometida com o bem estar de todos os seus alunos tem um programa de prevenção, falando sempre sobre o tema, através de palestras, filmes, concursos internos de redação, de músicas, etc.

      Daqui, fico torcendo muito para que o Consleho Tutelar aja em favor de teu querido neto e o MP também. O que não exime a escola de fazer a sua parte.

      Qanto ao pequeno, que ouça sempre, de todos os que quer bem, o quanto aconteceu um ato covarde e injusto. Que ele, como vítima, nunca se sinta envergonhado de ter sido alvo. Covardes são os que batem. Corajosos são os que continuam seu caminho no Bem, apesar da agressão recebida.

      Que fiquem todos muito bem e que nossa sociedade entenda o poder da não violência!

      Beijos e Muita Força e Perseverança, Madalena!

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