terça-feira, 27 de outubro de 2015

DNA de uma Criança pode ser afetado permanentemente devido ao estresse e à violência




Violência e Estresse - Imagem Instituto Nacional de Saúde



Como fica a criança que é submetida à pressão, à humilhação, à exposição e cobrança constantes, seja na escola, pela professora-orientadora, seja pelo bullying dos coleguinhas, seja pela exigencia dos pais pressionados?




Por Justine Alford
Tradução livre: Marise Jalowitzki
publicado neste blog em 27.outubro.2015
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2015/10/dna-de-uma-crianca-pode-ser-afetado.html

Uma equipe de pesquisadores na Escola de Medicina da Universidade de Tulane descobriu que a exposição à violência ou outros eventos traumáticos no seio da família durante a infância pode deixar marcas permanentes em trechos de DNA, chamados telômeros.

Este estudo contribui para o crescente corpo de evidências de que ambientes domésticos estressantes podem afetar permanentemente cromossomos. O trabalho foi publicado na revista Pediatrics.
Os telômeros são sequências repetitivas de DNA encontradaS na extremidade dos cromossomas que atuam como tampas de proteção, impedindo que os cromossomas se colem em conjunto ou se degradem, o que pode conduzir ambos à morte celular. Os telómeros podem ser pensados como uma espécie de temporizador celular; como eles encurtam um pouco a cada vez que uma célula se replica até que atinjam um ponto limite. Após este ponto limite a célula já não se replica. O comprimento Telômero tem sido associado a uma variedade de doenças, onde telómeros mais curtos têm sido associados a um maior risco para doenças do coração, diabetes, declínio cognitivo e doença mental, para citar alguns.
A fim de promover o nosso conhecimento de como os eventos adversos durante a infância podem impactar negativamente a saúde, pesquisadores da Universidade de Tulane investigaram as ligações entre a exposição a eventos perturbadores ou violentos e comprimento dos telômeros na juventude.
80 crianças com idades entre 5-15 foram recrutadas em Nova Orleans e os dados foram reunidos através de entrevistas com os pais, relatando a exposição em eventos traumáticos ocorridos em ambiente familiar. A equipe, então, levou amostras das crianças, analisando ​​o comprimento dos telômeros. Depois de controlar outros fatores sociodemográficos, a equipe encontrou uma associação entre a exposição à violência familiar ou ruptura familiar e comprimento dos telômeros. Mais especificamente, eles descobriram que o comprimento dos telômeros foi significativamente menor em crianças que foram expostas a eventos adversos dentro da família como a violência doméstica, suicídio ou encarceramento, quando comparados com as crianças de famílias mais estáveis.
Além disso, os pesquisadores descobriram diferenças entre meninas e meninos. Em particular, eles descobriram que esses eventos traumáticos eram mais prováveis ​​de afetar o comprimento dos telômeros em meninas. Eles também descobriram que havia um efeito protetor para os meninos se a mãe era bem-educada, como também uma associação positiva entre o comprimento dos telômeros e educação da mãe, mas esta foi apenas aparente em meninos com idade inferior a 10.
"Estressores em nível familiar, como testemunhar um membro da família se machucar, criou um ambiente que afetou o DNA dentro das células dos filhos". O autor principal, Dr. Stacy Drury disse em uma-nota de imprensa: "Quanto maior o número de exposições essas crianças tiveram, menores são seus telômeros - e este resultado foi gerado após o controle de muitos outros fatores, incluindo o status socioeconômico, escolaridade materna, idade parental e idade da criança."
Este foi o segundo estudo publicado em 2014, o que demonstra que ambientes domésticos estressantes e comprimento dos telômeros estão ligados. Em abril, um relatório em PNAS descobriu que crianças que crescem em lares pobres e instáveis ​​tinham telômeros mais curtos do que crianças criadas em famílias nutridas e estáveis.
De acordo com Drury, este estudo destaca o fato de que o ambiente familiar é um importante alvo de intervenção para reduzir os impactos biológicos com duração de adversidade na infância.


FonteS: IFLSCIENCE (jun.2014) , TULANE-EDU , NATURE , THE CIENTIST , NCBI-NLM-NIH





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 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

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2 comentários:

  1. Nossa, Marise!
    "(...)
    Eles também descobriram que havia um efeito protetor para os meninos se a mãe era bem-educada, como também uma associação positiva entre o comprimento dos telômeros e educação da mãe...
    (...)
    Em abril, um relatório em PNAS descobriu que crianças que crescem em lares pobres e instáveis ​​tinham telômeros mais curtos do que crianças criadas em famílias nutridas e estáveis."
    É nisso que eu penso todo dia, e agora com essas informações pensarei ainda mais.
    Nossas comunidades estão cheias de lares assim, imaginemos como estão nossas favelas!?
    Ainda bem que há pessoas como você e seu trabalho para ajudar!
    Com dados assim podemos direcionar melhor nossas ações.
    Gratidão!

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    Respostas
    1. Sinto-me também agraciada pela tua presença constante no Grupo no facebook, Bruno Lopes! És também um idealista e as ações que vens desenvolvendo junto à tua comunidade só devem crescer e multiplicar! Benfazejas ações! Estamos juntos! Receba meus aplausos e votos de Muito Sucesso!

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