quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Adolescentes, Idéias de Suicídio e o Uso de Psicotrópicos


A taxa de autoagressão deliberada entre crianças e adultos com 24 anos de idade  (ou mais jovens) que iniciaram a terapia com altas doses, foi aproximadamente duas vezes maior do que entre pacientes pareados que iniciaram a terapia com dose modal (Matthew Miller, MD) 




Por Tassi Livi, Marise Jalowitzki e Claudio Rhein, MD
13.setembro.2018
https://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com/2018/09/adolescentes-ideias-de-suicidio-e-o-uso.html

Um adolescente (ou, por vezes, crianças pequenas, mesmo), usam a droga psiquiátrica que os pais permitiram que usassem e, em grandes doses, tentam o suicídio. O que nós, adultos, do alto de nossa ignorância, poderíamos deduzir? Todo adolescente é imprevisível (nós já fomos assim, também!) e, uma característica dos dias atuais, a baixa resiliência, o não saber lidar com as frustrações. O que acontece? Este(a) adolescente está cansado(a) da vida que leva, não vê perspectivas de melhoria, não tolera tanta recriminação e quer por um fim a tudo isso? Ou, também, associado ao quadro conflitante em que vive, sabe que o psicotrópico é "paulada" e usa como recurso para acabar de vez com tudo? Ou, ainda, quem vai querer olhar de frente a situação e ver que os próprios medicamentos pesados induzem ao desespero e às idéias e planos de suicídio? Pois é, vamos analisar todo este coquetel? Embora muitos pais e mães se enfureçam quando se fala em suicídio induzidos por psicotrópicos, a verdade é esta: eles induzem, sim, está na bula e em inúmeros estudos científicos. Nesta edição transcrevo a contribuição de Tassi Livi, mãe e profissional da Saúde, sempre acreditando e praticando a Saúde Integral:

Tassi Livi: E ai, quando estou terminando meu plantão no Pronto Atendimento... eis que surge na emergência uma adolescente de 14 anos que tentou suicídio. E tentou com o que?? 50 comprimidos de RISPERIDONA. Vcs imaginam agora o que senti, quando vi que ela fazia uso desse medicamento para ¨ficar bem¨, ¨ter atenção¨, ¨ficar mais calma¨....na bula diz que em adultos Risperidona é indicada para a esquizofrenia ou para o tratamento de outros distúrbios psicóticos, no tratamento de sintomas como alucinações, delírios, distúrbios do pensamento, pobreza de discurso, agressividade, desconfiança, isolamento emocional e social. E é fortemente contra indicada para adolescentes abaixo de 15 anos. Deve ser prescrita com cautela máxima a pacientes acima desta idade e com indicações bastante criteriosas.... terminei o plantão bastante pensativa e triste pois o que mais vejo em situações de tentativa de suicídio é adolescentes que já fazem uso de algum psicotrópico ou antipsicótico.... triste realidade... 

Vou deixar um exemplo muito comum e que todos que já tiveram cães conhecem ou se não tiveram já ouviram falar. Se um cão é deixado dentro de casa sem a devida quantidade de exercícios diários de que precisa (uns necessitam mais, outros, menos) o que acontece? Ele se torna amoroso, obedece os comandos, come bem, dorme bem OU se ele se torna agressivo mesmo sendo amoroso, não come bem, não dorme bem, é agitado, impulsivo, desafiador (seria o caso de ser diagnosticado com TOD?) Ele não obedece, não quer ficar parado, não se comporta como deveria, apesar de ser amado por todos da casa e demonstrar amor recíproco. E ai chegaram a alguma conclusão? Então porque com uma criança seria diferente?

E, conforme Dr Claudio Rhein o que a criança tem que não pára quieta e não consegue concentração, se chama ADRENALINA. Sendo assim é preciso transformar isso em ENDORFINAS. As endorfinas regulam emoções (estados de estresse, ansiedade, descontrole emocional, nervosismo, desatenção, hiperatividade). Se a criança ainda manifesta descontroles de toda ordem é porque não faz a atividade diariamente e na quantidade correta. São crianças que ficam em computadores, tablets, celulares, televisão, recebendo toda ordem de emoções, energia elétrica (sim, pois todo eletrônico tem um campo de energia ao redor. Por isso não se deve deixar nada ligado em tomadas no quarto onde a criança dorme). SEMPRE vai ser mais fácil medicar. E ai entram todos os efeitos colaterais. Pode não haver agora, pode na melhor das hipóteses parecer funcionar mas o corpo um dia cobra, a mente um dia cobra. Nenhuma química fica sem resposta. Vale a pena todo esforço em não medicar. E nos tempos ruins, muito amor, muito abraço, muito "eu também fico de mau humor às vezes" porque ninguém, REPITO, ninguém está cem por cento do tempo feliz, quieto, atencioso, sorrindo.... (Claudio Rhein, MD, é de Caxias do Sul - RS, médico formado na medicina convencional (alopatia) e também na MTC - Medicina Tradicional Chinesa. Participa do Congresso Nacional de Psicossomática, de 19 a 22 de Setembro.2018)





 






Tassi Livi é de Caxias do Sul - RS




Comentários relevantes: 

A.R.Santos comenta: Infelizmente eu vi os efeitos negativos da risperidona em meu filho, em apenas 3 meses de uso, mas graças a Deus deu tempo de reverter algumas coisas, e em mim vi o efeito da ritalina, tanto o que pareceu me ajudar, quanto os efeitos com o tempo, e os rebotes e abstinência quando parei.

V.L.Yorks diz: Também trabalho em emergência e realmente tem muito adolescentes hoje em dia tentando o suicídio com a ingestão de medicamentos...na maioria medicações que já vem usando...e também já peguei menino de 14 anos que tomou risperidona em excesso...propositalmente...


P. Freitas comenta: Quase matei minha filha com Risperidona, quando cheguei no hospital ela estava toda mole, babando, não gosto nem de lembrar. E ela consumiu somente 1 comprimido ou meio se não me engano (já faz um tempo ela tinha uns 7 anos) NUNCA MAIS não gosto nem de ler esse nome. E ela vai muito bem, obrigada!


Marise: Nenhum psicotrópico, seja antidepressivo, ansiolíticos ou o que seja é "excelente", nem deveria ser receitado a não ser em casos graves-agudos, devidamente monitorado e por tempo determinado!! Uma criança de DOIS aninhos que recebeu risperidona, com certeza tem avarias, sejam físicas, sejam neurológicas e isto vai aparecer, mesmo que demore. Não existe droga psiquiátrica que não cause dano, mesmo que as doses administradas sejam consideradas "pequenas". Um cérebro infantil, em pleno desenvolvimento, tem todas as partes permeáveis e a droga química perpassa qualquer uma delas, causando estragos que o tempo há de mostrar. Um cérebro se formata entre os 25 e 30 anos!


B. Medeiros assevera: Infelizmente hoje temos muitos médicos indicando remédio psiquiátrico para qualquer coisa e o pior para crianças que muitas vezes não sabem nem dizer aos pais direito o que realmente estão sentindo. Eu como dependente de antidepressivo posso dizer que lá na frente, quando o responsável pela criança acordar será tarde demais. O médico receita, mas o pai e a mãe são responsaveis por saber se o remédio está ou não fazendo bem a seu filho.


Marise: Que continues sempre com esta consciência certeira, B. Medeiros e como eu queria que pais e mães lessem este teu comentário, pois aqui está o que realmente acontece!! Tenho amigos, infelizmente, que lamentam a decisão dos pais, quando eles (crianças) nem tinham consciência do que acarretaria este "tratamento". E, sim, mesmo os médicos que percorrem o mundo dando palestras e promovendo seminários antimedicalização da infâncias, declaram o quão difícil (quase impossível, mesmo!) uma pessoa que recebeu psicotrópicos desde a infância, conseguir se livrar deles na idade madura!!


A.R. Santos arremata: Risperidona tira todo o prazer que a pessoa possa sentir nas coisas do dia-a-dia, por isso muitos adquirem a compulsão alimentar, pra tentar ver se conseguem sentir prazer na alimentação, e assim só piora a situação e tristeza da pessoa. Muito triste!!!



Marise: Para os que medicam seus filhos e acreditam estar fazendo o seu melhor": Médicos criteriosos afirmam que, mesmo nos casos graves-agudos, a medicação psicotrópica não deve ser administrada mais do que um, máximo dois anos. Mesmo tendo tentado as outras medicinas, convém tentar novamente, para que a criança receba medicação adjuvante, que vai promovendo o desmame.



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08.abril.2018
Por Marise Jalowitzki

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Um mês do suicídio de garoto com depressão 
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E conheça este estudo do Dr. Matthew Miller (estudo independente, não financiado pela indústria farmacêutica): 

Dose antidepressiva, idade e o risco de automutilação deliberada









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