quarta-feira, 5 de abril de 2017

TDAH e a Escola com Metodologia Montessoriana - O Resgate da autoconfiança de um menino


TDAH Sem Medicação - Amor, Compreensão, Aceitação! Relato de Mãe




Por Shirley Alessandra
06.abril.2017
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2017/04/tdah-e-escola-com-metodologia.html


Olá querida Marise conforme combinamos estou aqui pra falar em resultado que deu e continua dando certo 😉! Então, vamos lá, primeiro é bom relembrar que pra chegar até aqui, o caminho foi longo e bastante tortuoso.

Do nascimento à escolinha
          
Quando meu querido filho nasceu eu pude perceber que ele era um bebê bastante agitado, cheio de energia, fazia movimentos com as pernas pedalando no ar e todos diziam "esse vai ser jogador de futebol". Coloquei ele na escolinha com um ano e meio, e com três aninhos na educação infantil, foi que veio pra meu espanto uma professora conversar comigo dizendo que todas as crianças já traçaram pontilhado e ele ainda não, que ele não parava quieto na cadeira, e me solicitando que eu fizesse uma consulta com a psicóloga da escola. 

Atendi a solicitação, conversamos, a psi me perguntou sobre a gestação. No final do ano seguinte a escola sugeriu que meu menino ficasse no Jardim e não fosse com 5 aninhos para o pré, porque eles achavam que ele ainda era muito bebê, pro pré.  
                      
Naquela época sem conhecimento, sem instrução, sem onde me aconselhar, achei um absurdo o pedido deles e matriculei ele em outra escola, no primeiro ano do Fundamental. A escola afirmou que era adaptado pra criança de 5 anos, eu acreditei e fiz a matrícula.

  Ensino Fundamental
         
Foi aí que começou o nosso calvário. Naquele ano, das 25 crianças, 24 estavam alfabetizada e ele ainda não, essa diferença entre ele e as crianças começou a ficar evidente, tinha dias que ele voltava chorando pra  casa dizendo "eu sou um burro mesmo, nunca aprendo nada". Eu o abraçava, e explicava que somos diferentes, que cada um tem seu ritmo. 

Na época eu estava na quinta fase de direito, me matriculei também no magistério, a noite na faculdade e a tarde no magistério, o período da manhã era dele. No magistério foi como se me ensinassem a ser um ser HUMANO, MÃE, CUIDADORA, PROFESSORA, foi a experiência de vida que me ajudou a acalmar essa ansiedade, frustração de achar que ele tinha que ser bom, tinha que tirar 10, tinha que ser o aluno exemplar, foi aí que eu desconstrui esse mito,esse desejo de mãe, de o filho atender às expectativas construídas pelos pais para ele.                                  

Mais tarde troquei ele de escola mais uma vez, por questão de localização, colocamos numa mais próxima de casa. 

  Escola e os pedidos de "Diagnóstico" e Medicação
         
Na segunda série ele deslanchou, já lia, escrevia, estava se desenvolvendo muito bem, mas a professora me pediu que fizesse uma consulta com um psicólogo. Atendi prontamente e naquela semana levei. Decorridos três meses, a psicóloga me apresentou um diagnóstico de síndrome de asperger, fiquei atônita, fui estudar a respeito, trabalhamos quase um ano com esse diagnóstico. 

Não satisfeita com os resultados, recebi a indicação de um neuropediatra de Florianópolis Dr. Eugênio Grillo, levei e na primeira consulta ele disse: "Teu filho é TDAH", prescreveu uma medicação (Ritalina) e disse "vamos experimentar, daqui a duas semanas você volta". Até fiquei feliz por ter um diagnóstico, mas, ao mesmo tempo, triste por ter que medicar meu filho. Depois de dois meses, ele retirou a medicação e deixou sem nada, porque segundo ele só deveríamos continuar se tivesse feito um resultado significativo.

Meu filhote estudou nessa escola tradicional até o quarto ano. A escola insistia que eu deveria medicá-lo, que seria melhor pra ele. Levei ele em outro neuro, para uma segunda opiniao, ele passou imipramina, resolvi dar, contrariada, sentia que estava errando. 

Conheci Marise, essa amiga tão especial, que me ajudou muito, munindo de informação. Encontrei o Grupo, li muito: o Livro TDAH Crianças que Desafiam, os artigos do blog. Cortei a medicação psicotrópica e parti pra homeopatia. Deu certo. 

Nessa época aconteceu um episódio lamentável, quando num momento de troca de professoras, momento atribulado, a professora nova, sem jogo de cintura, no primeiro dia dela de aula, pediu que as crianças sentassem em dupla. Ele ficou sobrando, a 'sora' olhou e disse: "Vai fazer o trabalho SOZINHO!" Ele, que já vinha de um processo de rejeição há anos, começou a chorar, guardou o material e disse que ia embora. Indo em direção à porta,  a professora manda as CRIANÇAS segurarem ele.....enfim, quando lembro disso,  meu coração ainda fica em pedaços porque foi uma sucessão de erros.



  O Resgate: Escola com Metodologia Montessoriana
         

Na semana anterior ao ocorrido eu já estava pesquisando outros lugares pra matrículá-lo, e justo nesse dia eu havia ido numa escola montessoriana e me apaixonado (sim, foi um caso de amor com a escola). Quando entrei, o acolhimento, a cordialidade, a horta, os codornas, tudo ali muito simples, mas muito organizado, limpo e o principal: a diretora entendia perfeitamente o comportamento de uma criança TDAH, e lidava muito bem, pelas histórias que me contou. 

Estávamos na metade do ano letivo, devido ao triste episódio na outra escola, não hesitei, troquei ele para esta montessoriana no mesmo dia. Quando voltei à tarde, ao contar à diretora o que me fizera optar pela transferência, a diretora me ouviu atentamente, contei tudo o que tinha acontecido com ele desde o ingresso na vida escolar. Ela resumiu:
" - Ele precisa voltar a gostar de estudar, ele precisa ver e sentir que a escola é legal, o trabalho agora a ser feito com ele é de resgate, investir na autoestima dele e fazer ele voltar a gostar desse ambiente."



 A escola pede aos pais que levem as crianças pelo menos meia hora mais cedo pra que elas brinquem no pátio, lá tem disponível carrinhos, bonecas, bolas, mesa de pebolim, casa de boneca, etc.

No final do ano o resgate aconteceu com sucesso, o meu querido filho simplesmente AMA a escola, a professora, os amigos, ele ja não sofre mais bullying, não recebia mais apelidos por sofrer de sinusite crônica, também devido ao nervosismo e ansiedade. Agora ele não quer saber de se atrasar, não quer de forma alguma faltar aula. 

Após o resgate a diretora me orientou a deixá-lo no quarto ano, porque havia uma defasagem grande no Curriculum da antiga escola, era importante ele ficar bem seguro. Foram me apresentadas  duas alternativas: passar pro quinto ano, porém lá o número de fichas pra entregar era maior, e a exigência também, ou deixar no quarto ano e resgatar de forma mais branda, os conteúdos do segundo e terceiro ano. 

  As Diferenças da Metodologia Montessoriana
         

Disposição das cadeiras

No método Montessori as cadeiras são organizadas em grupos de quatro em quatro, de modo que fiquem de frente um para o outro,  a matéria dada em sala varia de grupo pra grupo, enquanto uns estão trabalhando matemática, outro está com ciências e outro pode ser que esteja com língua portuguesa. 




Lousa
Não é matéria dada no quadro negro como nas escolas tradicionais. O quadro existe, mas é pra orientações gerais, ou explicações, quando se faz necessário pra todos. 

Sistema de Avaliações
Lá as avaliações são obtidas de forma diferenciada, todos entram com Dez, os quesitos de avaliação são diferentes, tudo é avaliado, desde de o momento que o aluno entra até a saída. 

Eles precisam dar conta das fichas, que eram 6 (se não me equivoco) de todas as disciplinas, são trabalhos, o comportamento vale nota, os exercícios em sala valem nota, a interação, as oficinas, as regências  (isso eu amei, eles dão aula pros menores, preparam uma aula, sempre monitorados, e fazem a intervenção), preparam feiras, elaboram projetos, desenvolvem e apresentam para os pais e familiares, cada quesito tem a sua porcentagem que vai somando ou diminuindo daquele dez, a prova escrita do modo tradicional, a temida prova vale 1 ponto na somatória. 

 Achei fantástico porque nota de prova não mede conhecimento, o aluno pode saber tudo e no dia da prova, dar um branco e ele tirar uma nota baixa, e essa nota vai pro boletim, sem importar se ele realmente sabe ou não. Os exercícios em sala com a professora, trabalhos e treino isso lá é levado em conta, a professora sabe se o aluno aprendeu a matéria ou se ele tem dificuldades. Meu filho fez o quarto ano novamente e pra ele foi um ano que ele ganhou de aprendizado. 

Lá ele tem o ritmo dele respeitado, não se compara uma criança com a outra, cada criança é única, e ela só é comparada com ela mesma. 

Métodos como Montessori ou Waldorf deveriam ser regra na sociedade hoje, tão acelerada, em busca de números, em busca apenas da excelência mercantilizada, olhando os pequenos como adultos em miniaturas, atropelando a infância.


Escola Maria Montessori em Campinas São José (antiga Cora Coralina)
http://www.cemariamontessori.com.br/ 


Várias séries em mesma sala

Hoje meu pimpolho está no sexto ano, e a proposta é bem diferente. Estão na mesma sala do sexto ao nono ano, agrupados em ilhas, de frente um para o outro, a quantidade de fichas agora são de 14 fichas pra entregar em uma semana, cada turma tem seu regente junto, e o professor da disciplina que está sendo dada no momento. 

Dessa forma eles ficam em contato o tempo todo com as matérias do sexto ao nono. Quando há a necessidade de explicar matéria só pro sexto, por exemplo, o professor recolhe a turma e ministra a aula no laboratório . Mas a rotina é em grupo, todos se ajudam, trabalhando a coletividade, e a liberdade com responsabilidade!!! 😉😉😉

Espero ter ajudado Marise! Beijo grande querida!



 Foto do perfil de Shirley Alessandra, A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sentadas, filho e atividades ao ar livreShirley Alessandra é de Florianópolis - SC



Gratidão, querida Shirley, por compartilhar tua experiencia! Teu filhote tem sorte de ter uma mamãe assim amorosa e compromissada!
Maravilhosa caminhada! Amor que Constrói!!
Arregaçar as mangas e não desistir até encontrar a solução para o pequeno!!  É cansativo, por vezes desesperador, mas, ao final, é como salvar uma vida amada, literalmente!!! 

Os estragos que os psicotrópicos causam em crianças continuam sendo acobertados pela grande midia, a pedido das farmacêuticas e contando com a conivência de tantos médicos. 

Muitas mães, infelizmente, acabam acreditando que o filhote é que é o "responsável", pois "tem o distúrbio" e acabam medicalizando!!! Parabéns e bençãos!!!





Shirley Alessandra:GRATIDÃO a ti, ao lindo trabalho que exerces minha amiga, por meio das tuas preciosas informações, pude perceber que a medicação não é a saída.


Comentário em 30.agosto.2017 - no Grupo no Facebook:

"Shirley Alessandra Cada vez que leio esses artigos que relatam a minha história, nem acredito que passei por tudo isso, foi como se eu estivesse numa tempestade e fosse arrancada de dentro do olho do furacão. Entendo perfeitamente o desespero e a angústia das mães que ainda passam por isso, e me solidarizo com essa luta, não é fácil, mas não desistam de seus pequenos. A homeopatia, os florais de bach, a fitoterapia são mágicos, vale muito a pena pagar uma consulta, porque só um especialista nesta área é capacitado pra indicar o melhor tratamento de acordo com a história de cada um. Homeopatia + informação = resultado fantástico !!!" 
Leia a batalha inicial vivenciada pela mãe Shirley Alessandra, quando o menino iniciou na escolinha:


"E qual é o teu trabalho, meu querido?"
"O que tem os três corações, né? É a nossa família!!!"

TDAH - Diagnosticado por 3 neuropediatras, o filhote hoje está feliz, sem ritalina, sem imipramina, nem mais homeopatia!


Por Shirley Alessandra
03.dezembro.2015


Pais, Mães, Profissionais que queiram enviar o nome de instituições para incluir na Relação podem manifestar aqui, nos comentários, por e-mail - marisejalowitzki@gmail.com ou pelo facebook, inbox ou no grupo ou página TDAH Crianças que Desafiam



PELO DIREITO DA CRIANÇA SER FELIZ!


PELO DIREITO DA CRIANÇA SER QUEM ELA É!



Você sabia? Denúncia


Isto pode?  E o tempo da palestra está valendo como atividade
complementar para a Graduação....

TDAH - Palestras nas Escolas patrocinadas pela indústria farmacêutica
- Esta ação conta com o aval do MEC e do MSaúde?

 Programa “Toda Atenção para uma vida mais completa”
Quais os objetivos?
- “Capacitação e Formação” de Educadores, antes mesmo da orientação do MEC e MS? 
- Ou incentivo ao aumento do consumo de psicotrópicos em crianças e jovens (Ritalina, Venvanse, Concerta, Aderall)? 

Quem avalizou? No folder-convite há uma menção "Válido como Atividade Complementar de Graduação" - Então, tem a autorização do MEC?  e do Ministério da Saúde? Qual a posição da ANVISA? Precisamos saber!!



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:

http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/

Para adquirir e obter mais informações, veja no blog  (AQUI) ou encaminhe e-mail para:
marisejalowitzki@gmail.com  



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