segunda-feira, 18 de abril de 2016

TOD - Transtorno Opositivo Desafiador e gestação, parto e ambiente familiar

- ou TDO - Transtorno Desafiador Opositor - Crianças geralmente costumam receber 'diagnóstico-múltiplo', onde mais de um 'transtorno' é 'identificado', além de TDAH.

“Antigamente as comunidades tinham em alta conta os destemidos, os lutadores, os caçadores, os guardiães e os exaltavam. Eles concediam um sentido especial ao ambiente e eram reconhecidos por isso. Hoje, são encaminhados para tratamento e diagnosticados como doentes.” (Ulrich Fegeler, da Associação Médica da Criança e do Adolescente na Alemanha)
(págs 84-85 - Livro TDAH Crianças que Desafiam)


Por Marise Jalowitzki

Recentemente uma mãe contatou para saber como melhor lidar com seu filho diagnosticado com TOD. Ela estava bastante nervosa e se incomodou quando mencionei a necessidade de, primeiramente, saber as causas da agressividade da criança, especialmente antes de rotulá-la como tod - 'transtorno opositivo desafiador(ou tdo, 'transtorno desafiador opositivo' ou
'transtorno desafiador de oposição') antes de medicar com os psicotrópicos.

Apesar de "dar mais trabalho", tentar até descobrir o que efetivamente é a origem da raiva e agressividade no pequeno, esta é a fonte mais segura para tratar de maneira eficaz!


Gestação e hora do parto como influenciadores

Há relatos de mães que dizem "eu vi que havia algo errado com ele desde que nasceu, era muito inquieto e chorão, brabo mesmo".

Sim, uma criança pode 'nascer agressiva' e há estudos que comprovam a influência de uma gravidez onde a mãe sofreu ameaças ou mesmo violência (doméstica ou no trabalho). 

Outro fator fortemente influenciador é a hora do parto, o primeiro contato do pequeno ser com este mundão caótico. O tipo de tratamento que o médico obstetra teve ao lidar com as dores e contrações da mãe, por vezes também a forma como uma enfermeira interveio, podem ter passado à criança uma reação de 'pera aí, o que é isso?' que ela nem vai se lembrar (lógico!).

 As xingações (quando a mãe grita pela dor das contrações) do tipo "cala a boca! quer botar o hospital abaixo?". Ou a ironia, humilhando a mãe e os insultos característicos! Quantas mães ouviram a famosa frase: "Na hora do 'bem-bom' não pensou nisso, agora aguenta!" Por estas agressões, bem poucas mães se defendem, denunciando, depois, os maus tratos recebidos, processando os envolvidos tomando providências cabíveis para salvaguardar sua dignididade. Há um tempo um médico brasileiro foi denunciado e afastado do exercício da medicina pois costumava bater (isto mesmo! bater!) nas mamães durante o pré-parto. dava fortes tapas nas nádegas, nas pernas, enquanto xingava e humihava para ela "fazer mais força"... 

Se isto nos choca e machuca, principalmente emocionalmente, já pensou no que faz na criancinha que está ali, assustada com tudo aquilo? sem entender absolutamente nada? Sentindo que não é legal? O que significa para aqueles pequenos serzinhos serem recebidos com agressividade e humilhação? Quem trata deles? Estes insultos e agressões ficam registrados em sua memória remota e influenciam no comportamento, sem que a criança (claro!), tenha qualquer lembrança disto, pois está armazenado no inconsciente.

As mães conversam sobre isto? Os familiares comentam, compreensivamente? O especialista que cuida da criança sabe disto? Se importa?


Ambiente familiar como outro influenciador

Outro aspecto a ser levado em conta é o ambiente familiar. Crianças potencializam tudo que acontece de uma forma gigantesca. As críticas que ela recebe (ou ouve no lar), seja de pai e mãe, seja de outros membros da família, desaprovando, repreendendo e, por vezes, até molestando fisicamente a criança, vai criando nela uma revolta que pode tomar dimensões depois ditas 'incontroláveis'. E, então, a busca por psicotrópicos é quase automática em nosso país.

Isto sem falar na escola, onde, desde a educação infantil, qualquer comportamento mais impulsivo tende a ser já associado à "doença mental", "trantorno" ou "distúrbio". E onde, não raro, a criança sofre bullying, seja de colegas ou de professores, sendo exposto negativamente. Quem de nós lida bem com uma exposição degradante?

O que fazer

Descobrir as causas, ouvir a criança, proporcionar ambiente tranquilo, onde possa se abrir, seja em terapia, seja em casa (melhor se for uma prática cotidiana), onde a criança se sabe e se sente respeitada, pode ser ainda mais produtivo e eficaz que medicar.

Claro que há momentos em que as mães querem jogar a toalha! E não é pra menos! Somos tod@s human@s!

Agora, quando a criança sente a mudança na forma de ser tratada, especialmente pelos pais, quando percebe que pai e mãe estão do lado dele(a), que gostam de verdade (e demonstram isto), muita coisa muda. E muda pra melhor.


Quem acompanha minhas publicações sabe que sempre incluo um chazinho ou um floral no trato diário, além da massagem relaxante. Também focar na alimentação adequada e na qualidade do sono.

Constato que o fato de ter um auxílio extra, além das relações e práticas cotidianas, ajuda as mães ao lidar com suas crianças mais intempestivas. Além das propriedades destas ervas e essências florais terem um efeito poderoso, verdadeiramente curador. E não apenas um efeito temporário, como a química dos psicotrópicos. E sem gerar efeitos colaterais danosos.

Quando penso que, por décadas, as mães ouviram que "a única solução" estava na ritalina para aquietar seus filhotes, percebo os desacertos, pois hoje na própria bula diz que este psicotrópico não deve ser ministrado a crianças ativas (agitadas). Nos EUA, ritalina era vendida como "o pequeno ajudante da mamãe" e só mais tarde muitas delas se viram frente a uma realidade perversa. Ritalina (metilfenidato) é uma anfetamina, mesma classificação que a cocaína! Psicotrópicos não são doces! Milhares de crianças já morreram em função deste equívoco e outras milhares ficaram lesadas de forma permanente.

Claro que há aquelas situações (1,5%) que podem se beneficiar com o uso de psicotrópicos, mas deve ser s-e-m-p-r-e um tratamento com acompanhamento, observando, monitorando as reações e um tratamento por tempo determinado (1 a 2 anos) e não como vem acontecendo.

Deixo as indicação das essências florais dos Florais de Bach, como sugestão de uso para crianças ainda não medicadas com os 'medicamentos controlados' e como adjuvante, para uso conjunto no caso das que estão sendo medicad
as com tais drogas, possibilitando ir diminuindo as doses dos psicotrópicos, chegando até, em alguns caos, a suprimir por completo. Este processo de 'desmame' do psicotrópico precisa ser monitorado pelo especialista, afim de avaliar os possíveis efeitos colaterais devido à síndrome de abstinência (efeito rebote), drogas fortes que são, ainda mais em um cérebro novinho, em pleno desenvolvimento.


Florais de Bach
Para tratar a impulsividade, irritabilidade e nervosismo gerados pela impaciência, a essência Impatiens pode acalmar e estimular os pequenos a cumprir suas tarefas "sem pressão". 
Para combater o baixo rendimento, que pode ser reflexo da baixa auto-estima, a essência indicada é Larch, que atua para dissolver o sentimento de inferioridade e o medo do fracasso.
Para rebeldia e agressividade, Agrimony, que desperta a serenidade, a forma mais tranquila de enfrentar as situações desafiadoras.
Para um sono mais tranquilo - grande aliado na obtenção do equilíbrio cotidiano - White Chestnut.
Para aumentar a concentração, Wild Oat.
Pode usar todos eles em mesmo composto (vidrinho único).

Procure um terapeuta floral (médico homeopata, naturólogo, medicina antroposófica, medicina funcional, MTC - medicina tradicional chinesa, etc.) para efetuar um acompanhamento promissor!

Mais explicações sobre Florais de Bach, uso, apresentações do produto, etc., nos links mencionados a seguir. (clique no título)

TDAH e Florais - Dr. Edward Bach e o Rescue Remedy





Florais ampliam sua utilização, pela eficácia!



















Por mais conhecimento! Por mais coerência! Por mais procura das outras medicinas. Por mais Amor, na exata acepção da palavra!

Daqui, permaneço torcendo muito!


Querendo, leia também:


O monitoramento do quadro é mais uma
ação necessária.

TDAH e Acordos - Quadro de Tarefas, Perdas e Recompensas

Por Marise Jalowitzki
Contribuições de Cassia Aiko Sato - Toyohashi - Japão
Comentário de Fer Gabriel Zamboni - Brasil
01.Abril.2015
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/04/tdah-e-acordos-quadro-de-tarefas-perdas.html








Contato, carinho, toque é e sempre foi saudável, produz
ocitocina, o hormônio do bem estar

Por Marise Jalowitzki


Mais sobre o tema:


TDAH e as Relações Familiares


Assim, famílias que costumam: "Utilizar apelidos pejorativos e xingamentos nos momentos de raiva" Devem tentar hábitos mais positivos como: "Expressar raiva sem usar palavras que possam ferir, humilhar ou rotular". (pág 174 - Livro TDAH Crianças que Desafiam)


Por Marise Jalowitzki
25.fevereiro.2016
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/02/tdah-e-as-relacoes-familiares.html





TDAH - A Escola reclama. Os pais estão preparados?


A desobediencia, a impulsividade, a contestação tambem são características dos destemidos, dos empreendedores, dos líderes!


Por Marise Jalowitzki



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade










6 comentários:

  1. Cada vez que leio seus textos fico mais segura de que estou no caminho certo. Meu filho foi diagnosticado pela neuropediatra no final do ano com TDAH e ela disse que assim que as aulas começassem ele seria medicado com Ritalina. Não aceitei! Procurei alternativas e ele está sendo tratado com florais e começou a fazer microfisioterapia. Um abraço enorme e gratidão por tanta explicação!

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    1. Que maravilha de notícia, querida Erika!! Isto mesmo, Confiança em teu pequeno, muita parceria com a escola e terapeutas envolvidos (terapeutas compromissados com a saúde integral de teu pequeno!).

      Por vezes me pergunto: COMO podem querer receitar ritalina para crianças agitadas, impulsivas, ansiosas? Se diz na própria bula que não!!!

      Que o Amor continue conduzindo teus passos, querida amiga! Tamos juntas!

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  2. Creio no Amor Infinito de Deus .... encontrar esta irmã , escolhida pela Sublime Sabedoria , para guiar os aflitos .Chegou a mim , porque com fé supliquei ao Universo que me iluminasse , diante do desafio recebido ; ser mãe do coração de Francisco , meu amado neto materno .Trouxe consigo um repertório psíquico - emocional que vinha confundindo aos neuropediatras , psicólogos , equipe pedagógica.Não me respondia a verdade . Como pedagoga e incansável pesquisadora " doméstica " sempre acreditei que algo mais chegaria para satisfazer- me; eis que a encontro para alegria minha em BEM ajudar esta criança que aos três anos já lia tudo , que fala fluente o Inglês , que desenha caricaturas de seus personagens ( não aceita os super heróis mascarados ) , identifica -se com Pocoyo , Snoopy , Patrulha Canina e demais afins .Porém tenta " surtos " de agressividades , dorme pouco ; motivo pelo qual é diagnosticado de hiperativo.Depois de tantos tiros perdidos , o último Laudo neurológico consta de TDO. E , a risperidona foi prescrita. Sou por natureza , decodificadora de bulas ....É neste tempo , que sou agraciada com a presença deste ser humano especial : Marise Jalowitzki. !Deus a abençoe . Abraços de gratidão .

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    1. Gratidão por todo o carinho expresso em tuas palavras, querida amiga! Sim, estamos juntas nesta saga que, felizmente, a cada dia mostra mais e mais pessoas conscientes e compromissadas com a saúde integral de nossos pequenos!
      Avante, amiga!
      Tua semeadura está sendo bem importante para vidinhas maravilhosas, como teu netinho, vidas totalmente merecedoras de receber Amor e Compreensão, Carinho e Atenção para encaminhá-las da melhor forma possível neste mundão caótico!

      Os exemplares do Livro TDAH Crianças que Desafiam já estão a caminho, querida!

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  3. Oi Marise! Meu nome é Roberta, estou com sérios problemas com minha Nicolle de 13 anos. Depois do nascimento do irmão, ela piorou o comportamento e neste ano foi diagnosticada com TOD. Eu e meu marido estamos apavorados e entristecidos com o que estamos passando. Já pensamos até em interná-la tamanha a agressividade. Ela tem o meu tamanho e não obedece ninguém. Ela diz que odeia o irmãozinho de 3 anos e que odeia a gente também. Estamos vivendo um inferno astral com ela dentro de casa. É só briga!!! Ela está tomando risperidona por recomendação do psiquiatra. Acho que só está camuflando o problema. No seu livro vc diz como lidar com isso tudo?!! Nos dê algumas dicas. Por favor!!!
    Abraços, Roberta.

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    1. Roberta, o Livro vai auxiliar bastante, sim, especialmente nos capítulos dedicados às Relações Familiares e sobre como tratar as crianças-jovens-adultos tidas com o transtorno,
      O maninho nasceu quando ela tinha 10 anos, idade em que estava se preparando para entrar na puberdade e onde o coração da criança começa a trocar o grande amor de sua vida (o primeiro)- que geralmente é a mãe - pelo pai. Aí vem um serzinho pequeno e atrai todas as atenções para si! Istoé super normal de acontecer e carece de toda uma mudança no dia a dia familiar, pra que não se torne um problema.
      Este comportamento de rebeldia e agressividade tenha começado somente a partir do nascimento do irmão? Ou já havia alguns sinais de incompatibilidade anteriores?
      De qualquer maneira, a risperidona não vai adiantar (ainda que de início pode estar dando algum resultado). Toda droga psiquiátrica apenas mascara o problema, pois trata dos sintomas, dos comportamentos e não das causas que fizeram nascer o problema.
      Um tratamento com terapeuta floral - incluindo a família - pode ser de muita valia.
      E na escola, como estão as coisas?
      Ela tem algum namoradinho? Amigos?
      Está tomando risperidona há quanto tempo?
      Apresenta sobrepeso?
      Tenha certeza, mamãe, ela também está sofrendo bastante!
      Qual tua cidade?
      Querendo, entra em contato através do e-mail marisejalowitzki@gmail.com
      Beijos e Bençãos!

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