terça-feira, 5 de junho de 2018

Síndrome do Bebê Sacudido - as graves consequências de perder a paciência - Chacoalhar uma criança por apenas alguns segundos pode provocar danos cerebrais e até a morte

Seja por perder a paciência, seja por sacudir brincando ou dançando,  convém evitar estes movimentos em crianças pequenas. Sacudir bruscamente o bebê para frente e para trás, ou seguidamente para cima, pode trazer hemorragias cerebrais, convulsões e sequelas para a vida toda 

Lesão cerebral grave resultante do balanço agressivo de um bebê ou de uma criança pequena.
Ocorrem quase 150 mil casos por ano no Brasil
O tratamento é feito com auxílio médico
Requer um diagnóstico médico
Sempre requer exames laboratoriais ou de imagem
A síndrome do bebê sacudido geralmente ocorre quando um pai ou cuidador chacoalha intensamente uma criança por frustração ou raiva, muitas vezes porque a criança não para de chorar. Podem ocorrer danos cerebrais permanentes ou morte.
Os sintomas incluem irritabilidade, dificuldade em permanecer acordado, convulsões, respiração anormal, má alimentação, contusões e vômitos.
O tratamento varia de acordo com as complicações relacionadas à síndrome do bebê sacudido. Em casos raros, pode ser necessário apoio respiratório ou cirurgia para interromper o sangramento no cérebro.
Idades afetadas
0-2
Raro
3-5
Muito raro
6-13
Nunca
14-18
Nunca
19-40
Nunca
41-60
Nunca
60+
Nunca
Doença grave: consulte um médico para receber orientação
Fontes: Hospital Israelita A. Einstein e outros.


link neste blog:https://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com/2018/06/sindrome-do-bebe-sacudido-as-graves.html
Por Carolina Garcia (transcrito de El País) 
"Em algumas ocasiões, quando um bebê chora de maneira inconsolável, os pais ou cuidadores podem chegar a perder o controle e acabar chacoalhando-o, sem saber dos riscos que o gesto representa. Esse comportamento, ainda que seja por alguns segundos, é muito perigoso. A síndrome do bebê sacudido ou chacoalhado é o conjunto de lesões cerebrais produzidas quando se agita bruscamente a criança, e pode produzir sequelas graves ou até a morte, devido à frágil anatomia do pequeno. Nos Estados Unidos, trata-se da principal causa de morte entre bebês com menos de 1 ano, quando vítimas de abuso. A Associação Espanhola de Pediatria (AEP) qualifica esta síndrome como relativamente frequente, com 20 a 25 casos para cada 100.000 crianças menores de 2 anos em todo o mundo. Na Espanha, calcula-se que ela atinge cerca de 100 bebês dentre os 450.000 que nascem a cada ano no país (dados de 2014).
Apesar de poder ocorrer até os 5 anos de idade, os casos são mais frequentes quando a criança tem entre seis e oito semanas – normalmente, o período em que um bebê chora de maneira mais descontrolada. Os bebês com cólica ou similares são os que têm mais risco de sofrer a síndrome. “O motivo mais frequente é um choro inconsolável e prolongado que provoca a frustração e a irritação do adulto que cuida daquele bebê, que acaba por chacoalhar a criança. Outra causa é a tentativa de reanimá-la diante de uma situação que o cuidador entende como uma ameaça de vida (um espasmo do soluço, um engasgamento ou um ataque de tosse)”, explica a AEP.
Se movemos um bebê com muita força, se o cérebro sofrer danos, o mais provável é que ele pare de chorar. Além disso, quando se chacoalha um bebê, sua cabeça gira sem controle, já que os músculos de seu pescoço estão pouco desenvolvidos e dão pouco suporte para a cabeça.
Sintomas e consequências
Os principais sintomas desta síndrome são irritabilidade, dificuldade para ficar desperto, problemas respiratórios, falta de apetite, vômitos ou paralisia. Pode haver ainda consequências que podem não ser visíveis, como uma hemorragia no cérebro ou nos olhos, danos na medula espinhal e pescoço, ou fraturas nas costelas. Em casos mais moderados, a criança pode aparentar não ter sofrido lesões, mas a longo prazo apresenta problemas de saúde, aprendizagem e desenvolvimento.
As consequências podem ser uma doença óssea ou a ruptura dos vasos sanguíneos ou dos nervos que percorrem o tecido cerebral. Se o ato de chacoalhar acaba com o impacto da criança contra alguma superfície, as consequências podem ser ainda piores, chegando a destruir as células do cérebro, impedindo que este receba oxigênio suficiente.
Apenas alguns segundos são suficientes para que se produza uma lesão irreparável no cérebro, reiteram os especialistas. As consequências mais frequentes são a cegueira total ou parcial, surdez, atraso na aprendizagem, deficiência mental ou enjoos frequentes. Nos casos mais graves, a criança pode morrer. Segundo a AEP, uma em cada 10 bebês que sofrem da síndrome morre.
A importância de procurar ajuda e se informar
Os especialistas destacam que existem fatores psicológicos que podem aumentar o risco de agitar um bebê: expectativas não realistas sobre como a criança deveria ser, ter pais jovens e inexperientes que estejam sofrendo de estresse, abuso de álcool e drogas, depressão, entre outros. Segundo os dados, essa conduta é mais comum entre os homens.
As formas de prevenção mais eficientes incluem assumir que o choro contínuo pode ser normal entre os bebês, mas que melhora com o tempo; buscar ajuda quando nos irritamos; e educar e informar os outros adultos envolvidos nos cuidados com a criança sobre as graves consequências de sacudi-la.
Apesar da relativa frequência, é uma síndrome sobre a qual pais de primeira viagem nem sempre são informados. O caso mais conhecido foi o do alpinista suíço Erhard Loretan, que em 2001 matou seu bebê de sete meses ao chacoalhá-lo durante um episódio de extrema irritabilidade, e que decidiu tornar seu caso público para alertar outros pais.
Nada justifica sacudir uma criança. Os especialistas aconselham que se um pai ou mãe “está tendo problemas para controlar as emoções produzidas pela maternidade ou paternidade, que procure ajuda, já que alguns segundos são suficientes para que o bebê sofra consequências irreparáveis”. “E certifique-se de que todas as pessoas que cuidam de seu filho saibam dos riscos da síndrome do bebê sacudido”, recomendam."
*Fontes: Mayo Clinic, Instituto Nacional de Saúde dos EUA e Associação Espanhola de Pediatria.

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