quinta-feira, 29 de junho de 2017

Publicidade meiga para vender psicotrópicos

psicotrópicos para tdah, receitados para crianças, continuam sendo uma das maiores fontes de renda das farmacêuticas


Por Marise Jalowitzki
29.junho.2017

Circula um video que, embora bonitinho, desenho animado e tudo o mais, os rótulos estão colados na criança alvo - o menino Pablo - como se fossem a própria pessoinha!!! A irmã mais nova "apresenta" seu irmão Pablo (como sendo tdah) e as expressões "sempre", "nunca", "jamais" são repetidas à exaustão!!! Terrível isto!!

A voz da "irmazinha menor" é meiga, doce, como costumam ser as vozes das crianças e a mensagem vai sendo aceita por mães que enxergam no relato muitas das situações com que se defrontam todos os dias.

Entretanto, será que se atentam ao fato que o menino está sendo simplesmente julgado com as expressões usadas, com a descrição utilizada, como se ele fosse um produto e não uma pessoa? um "fato feito" que precisa ser "moldado"...e, claro, com químicos?

Em qualquer nível de conversação, quando se usa terminologias sempre assim julgadoras e condenativas, "fecha-se a porta" para qualquer outra visão, para abordagens diversas, inclusive fecha-se a porta para o equilíbrio!!!

Já assisti há tempos este video.

Impossível repassar aqui, onde trabalhamos tanto para não colar rótulos-etiquetas em nossos pequenos!

Chegando ao final do video, só verificar quem produziu: o laboratório fabricante do ven-van- se...claro, quem mais poderia ser além dos que querem lucrar com o convencimento de mães e pais de que o filho "é um problema"??

Bem, eles (laboratórios) são uma indústria, são empresas, precisam sempre estar em dia com sua liquidez no caixa, querem sempre aumentar mais e mais seus lucros... convencer é uma das mais fortes estratégias de marketing. Não serão eles que irão mudar!

Quem precisa mudar é o mundo adulto - pais, mães, familiares, com seus rígidos conceitos e normas!

Quem precisa mudar são as escolas, com suas metodologias arcaicas, defasadas, antigas e nada atraentes!

Quem precisa mudar são os médicos, que necessitam voltar, urgentemente, ao conceito-missão de ajudar na cura, não em manter clientes!!

Após uma das exposições, há um excelente comentário, que transcrevo, por concordar inteiramente:

Marisa Gómez · Médico Facultativo Especialista de Área Cirugía Ortopédica y Traumatología at Hospital Universitario Ramón y Cajal

"Lo que no dice la historia es que a Pablo además se le medica con un derivado de la anfetamina, una sustancia dopante para mejorar su capacidad de concentración, que se le administra durante un prolongado espacio de tiempo en un momento en que su cerebro se está desarrollando y cuyas consecuencias a largo plazo sobre el funcionamiento cerebral desconocemos, aunque ya se han apuntado alteraciones de conducta, aumento del índice de suicidios, etc..." ( http://www.imaginario.es/corto-entender-tdah/# )


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br


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Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade


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