domingo, 26 de fevereiro de 2017

Transtorno Bipolar ou apenas infância


Por Jacob Azerrad, Ph.D. - psicólogo clínico, em Lexington, Massachusetts.
Excerto em tradução livre por Marise Jalowitzki
26.fevereiro.2017

Crianças pré-escolares, algumas com apenas 2 anos de idade, estão sendo drogadas com poderosas drogas antipsicóticas não testadas. Os efeitos colaterais incluem tiques, salivação excessiva e incessante vontade de comer. Algumas crianças ganharam até 100 libras de peso e muitas vezes o quadro evolui e elas se tornam diabéticas. O que costumava ser chamado de "época dos dois primeiros anos terríveis" - que é quando a criança começa a contestar os limites que recebe dos pais, agora está sendo visto como os primeiros sinais de distúrbio mental!
Autoproclamados "especialistas" em criação de filhos, repetidamente desaconselham estes pais para não segurar, acalmar, confortar ou falar com uma criança que morde, bate, grita, joga ou quebra coisas, ignora ou recusa pedidos dos pais ou se comporta de maneiras desagradáveis, infantis. Muitos dos livros educativas mais populares estão cheios de tal absurdo, destituindo os pais da verdadeira missão que eles tem, que é educar e conduzir seus filhos. E cada vez mais os pais seguem este conselho, por pior que seus filhos se tornem.
O senso lógico comum e um caminhão de pesquisas contra argumentam solidamente estes 'aconselhamentos" de nada fazer para orientar e educar o filho. Os peritos estão ignorando o fato bem estabelecido que as crianças fazem o que é notado, que a atenção de adultos geralmente faz com que o comportamento (desejado ou indesejado) se torne mais provável de ocorrer (e não menos!) quando não é orientado. E, assim, o mau comportamento piora. Por qualquer coisa o filho grita, se atira no chão, bate ou se bate.
Quando o mau comportamento piora, os pais estão convencidos de que o mau comportamento é um sintoma de uma doença que "precisa" de reequilíbrio químico. Em seguida é dado à criança um diagnóstico, como Transtorno Bipolar Infantil e um punhado de medicamentos antipsicóticos perigosos.
O aumento do uso de antipsicóticos está diretamente ligada ao aumento da incidência de um determinado diagnóstico, o transtorno bipolar. Especialistas estimam que o número de crianças com este diagnóstico está agora mais de um milhão e está crescendo, tornando-se mais comum que autismo e diabetes combinados. Como tratamento, os médicos estão a administrar medicamentos que ainda têm de ser aprovados para as crianças. Os pais concordam em medicar suas crianças de dois anos com Risperdal para acalmar seus acessos de raiva, Trileptal para estabilizar os seus humores, e clonidina para ajudá-los a dormir.

Em 04 de setembro de 2007, The New York Times afirmou que os estudos nos anos 1970 e 80, concluíram que Transtorno Bipolar era raro em crianças, mas entre 1994 a 2003, houve um surpreendente aumento de 40 vezes no número de crianças diagnosticadas com transtorno bipolar . 

Em 19 de novembro de 2008, The New York Times informou que 31 crianças que foram diagnosticadas com Transtorno Bipolar Infantil, e que receberam como tratamento para suas birras, o medicamento Risperdal (Risperidona) para birras morreram, e 1176 sofreram graves efeitos colaterais.


Em um futuro não muito distante, a maioria das crianças da América estará usando algum tipo de droga, administrada com a finalidade supostamente altruísta de ajudá-los a "funcionar" de forma mais eficaz!
Segmentos industriais têm sido criados para fazer exames cerebrais em crianças com a finalidade de identificar aqueles que poderiam se tornar bipolar antes dos sintomas aparecerem.
Este é um crime contra a infância. Isso mina o papel parental tradicional que as crianças exigem desesperadamente: as crianças precisam de pais, e não pílulas!
Todas as crianças apresentam problemas de disciplina, isto é natural na fase de crscimento. Atualmente, porém, ao invés de ensiná-las e conduzi-las, elas recebem um diagnóstico que resulta em drogar crianças pequenas a um grau sem precedentes na nossa história. Praticamente nada se sabe sobre o impacto a longo prazo destes medicamentos em crianças. E ninguém parece se importar. Certamente não as empresas farmacêuticas empurrando essas drogas, nem os médicos que foram coagidos pela indústria farmacêutica e pais em pânico, consentindo para prescrevê-los.
Birras
Poderia a causa real, que é ser que a criança é, pela primeira vez, tornar-se auto-consciente e, exercendo a sua independência, dizer "Não" e "você não é meu chefe"? Poderiam elas ser simplesmente crianças com uma espinha dorsal que apenas quer crescer? Pelo sistema natural de vida, logo cedo, toda criança pequena, ao ouvir os primeiros "nãos" bem incisivos, ao ter sua independência restrita, descobre que tem na birra uma possível aliada para conseguir o que quer.
Poderiam os pais ver que se trata apenas de um serzinho saudável, se esforçando para ser mais adulto e independente, e, então, os pais orientá-lo e conduzi-lo? Ao invés disso, muitos pais apenas enxergam seu comportamento como o resultado de um problema que precisa de medicação...

O trabalho de um pai não é alimentar comportamentos negativos de um filho, deixando-o fazer o que quer, ou recebendo castigo físico por isso. O trabalho de um pai é mostrar, ensinar o que realmente significa ser independente no tempo certo e as estratégias corretas para chegar até lá. O compromisso do adulto é cuidar da integridade da criança e mostrar e ensinar a ela como lidar com a decepção com calma, e ter autocontrole, não bater, morder, ou jogar coisas com raiva.
Nossas crianças pré-escolares são muito jovens para saber se defender. Cabe aos pais dizer "Não às drogas" e ensinar a seus filhos que a vida é para ser aprendida aos poucos, ir lidando com a experiencia de cada dia e não acreditar que tudo se resume em uma pílula a ser engolida!
Jacob Azerrad, Ph.D. é um psicólogo clínico, na prática privada em Lexington, Massachusetts. Ele é o autor de "De Difícil a Delicioso em apenas 30 dias" (McGraw Hill) e "Qualquer um pode ter uma criança feliz" (Warner Books.)
Fonte: http://www.metrowestdailynews.com/x719609231/Azerrad-Childhood-bipolar-disorder-or-just-childhood


Link deste artigo, neste blog: 
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2017/02/transtorno-bipolar-ou-apenas-infancia.html

 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br 


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