sexta-feira, 8 de julho de 2016

TDAH e neurofeedback





Por Marise Jalowitzki
08.julho.2016
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/07/tdah-e-neurofeedback.html

Muitos pais e mães possuem dúvidas e receios quanto ao uso do neurofeedback em crianças. Sim, e eu concordo com a necessidade do cuidado, pois facilmente, em mãos de terapeutas pouco criteriosos, pode ser altamente manipulativo. Mas nunca comparável com o estrago que um psicotrópico pode realizar, especialmente em tratamentos químicos prolongados. Importante aliar o neurofeedback à terapia psicológica, pois, além do ajuste de frequencia cerebral, a criança-adolescente-adulto precisa conhecer-se, entender seus mecanismos.

Até bem pouco tempo os games eram vistos como "dispersores" de uma instrução chata e tradicional (é óbvio). Agora, os orgãos internacionais reconhecem os benefícios. Isto percebi em um querido meu, há anos... tido como disperso, e altamente concentrado em jogos...como assim? então, é preciso adaptar os métodos de ensino!! Muito de meu trabalho está voltado a isso.

No neurofeedback, o joystick (no caso de jogos em monitor de tv) ou o teclado (no caso dos notes e cel) são substituídos pelos comandos cerebrais, monitorados em tela. Leia descrição a seguir, contida no Livro TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM.

"Neurofeedback
Determinados estudos evidenciam que a principal característica neurológica do TDAH é um excesso de ondas de baixa frequência (ondas lentas) no córtex frontal, não permitindo a transmissão adequada de impulsos nervosos entre os neurônios. As descargas elétricas são a base de transmissão de informação entre os neurônios, responsáveis pelo funcionamento do cérebro. Sendo o córtex pré-frontal o responsável pelas funções de controle voluntário da atenção, planejamento, julgamento, tomada de decisão, autocontrole, e outras, surgem então os sintomas do TDAH. 




Segundo o EEG Spectrum Affiliate (República Tcheca) neurofeedback ou neurobiofeedback é um conjunto de procedimentos baseados no processo de reforçamento condicionado, no qual se aprende a controlar a frequência das ondas cerebrais. Esta alteração atua sobre a base biológica do transtorno, proporcionando então um efeito duradouro e não apenas momentâneo como os produzidos pelos psicoestimulantes (estimulação química). 

O treinamento de neurofeedback é um procedimento indolor, não invasivo. Um ou mais sensores são colocados sobre o couro cabeludo, e uma em cada orelha. As ondas cerebrais são monitoradas por meio de um amplificador e um instrumento baseado em computador, que processa o sinal e fornece a informação adequada. Isto é apresentado ao paciente, por meio de um jogo de vídeo, ou outro monitor de vídeo, juntamente com os sinais de áudio. O indivíduo é convidado a conduzir o jogo de vídeo com seu cérebro. 

Com o aumento da atividade de banda em frequência desejável, o jogo de vídeo se move mais rápido, ou alguma outra recompensa é dada. Com a atividade em aceleração diversa da banda, o vídeo game é inibido. Aos poucos, o cérebro responde convenientemente aos estímulos que estão sendo dados, e uma "aprendizagem" de novos padrões de ondas cerebrais ocorre. O novo modelo é mais próximo do que normalmente observado em indivíduos sem essas deficiências.

O tratamento pode durar de 30 a 60 sessões de, em média, 45 minutos (a primeira dura 2h). Essa é uma alternativa para pleitear uma redução da medicação ou até mesmo a extinção do tratamento medicamentoso (metilfenidato), uma vez que consiga, após o tratamento com neurofeedback, aumentar sua frequência cerebral. A durabilidade do tratamento, ao contrário dos medicamentos psicoestimulantes, acontece de uma maneira duradoura e sustentada.


No caso do TDAH, a impulsividade, distração e hiperatividade podem todos responder ao treinamento. Isso pode levar a muito mais bem sucedido desempenho escolar. As funções cognitivas podem melhorar bem. Em vários estudos controlados, foram encontrados aumentos de 10 e mais pontos no QI de um grupo representativo de crianças com TDAH. O comportamento pode ser modificado em outros aspectos também: Se a criança é muito birrenta, é beligerante, e até mesmo violenta ou cruel, esses aspectos de comportamento podem ficar controlados na criança... Aqui também cabe ponderar..." (pág 121 e 122 - Livro TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM de Marise Jalowitzki)


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade


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