terça-feira, 29 de novembro de 2016

DDA - As fases pelas quais eu passei. Meu filho, meu tesouro, um vencedor - Relato de Mãe



 "Há 2 anos meu mundo virou de ponta cabeça." Déficit de Atenção, sem hiperatividade - Hoje, graças a Deus, à terapia e muito amor, a autoestima dele está ótima. Ele se dá bem com os amigos da escola, se acha inteligente (apesar de às vezes ele próprio se tachar preguiçoso), e se acha bonito. E isso me alivia muito, me deixa feliz!
DDA - As fases pelas quais eu passei. Meu filho, meu tesouro, um vencedor!
Relato de Mãe

Compilado por Marise Jalowitzki, a partir de comentários da mãe Ellen J A B e Edson Damião
30.novembro.2016
"Há 2 anos meu mundo virou de ponta cabeça.
Há 2 anos recebi o diagnóstico do meu filho, na época com 8 anos, Déficit de Atenção sem Hiperatividade.
Durante esses anos eu passei por muitas fases:
- A primeira foi a inaceitação, não era possível, porque comigo, porque com meu filho.
- A segunda a da agressividade e da culpabilidade, era culpa minha, era culpa dele, ele não se esforçava, fazia frescura, eu não o tornei maduro o suficiente.
- A terceira, a da vitimização, choro pra todo canto, tadinha de mim, tadinho dele, ele não consegue, coitado, ele não é capaz.
Mas o mundo gira, e ele girou, até que:
- Quarta fase, a da capacidade, da tolerância, do orgulho e da aceitabilidade, eu sou capaz, ele é capaz, nós vamos conseguir.
Passei por julgamentos: "dá logo esse remédio ai" "se é pro bem dele, porque não?" "você está sendo egoísta".
Foram dois anos de lutas, de terapias, de aulas extras, de conversas, de conselhos, de parceria, de exemplos, de sucesso...
Ele conseguiu, meu filho conseguiu e teve o prazer de saber que é capaz.
Ele passou direto, fechou o boletim no quarto bimestre, sem recuperação e com direito a aplausos, isso mesmo, aplausos.
Nessa sexta-feira, Lucas foi convidado pela professora a se posicionar na frente da sala e ouviu o seguinte discurso dela aos alunos:
"Hoje o Lucas está aqui na frente como um exemplo a todos vocês, de superação, ele passou de ano sem recuperação, por mérito e esforço próprio, portanto pedirei uma salva de palmas a ele."
Todos aplaudiram, correram até ele e o abraçaram...
Estou que não caibo em mim de tanto orgulho, pelo mérito dele, só dele!!"

Que maravilha de depoimento, querida Ellen! Meu virtual e emocional abraço ao teu pequeno, a esta mamãe Amorosa , a todos os que ajudaram a fazer a Diferença positiva na vida deste querido serzinho em desenvolvimento! Bençãos e Bençãos!!
Lembranças de um período de superação:
Setembro 2015:

"Quando eu soube do diagnóstico eu não sabia muita coisa, a única coisa que eu sabia é que eu era contra a medicação, mas não achava nada relacionado, até encontrar este grupo. E confesso que se não fosse o grupo, a qualquer momento eu iria mudar de idéia e acabaria medicando. Falei com a Terapeuta hoje, ela foi à escola. Aos poucos eu vou conseguir mudar o pensamento da escola provando que é preciso carinho e atenção e não medicação!!!"



Março 2016:

"Meu filho executando o katá, no evento de mudanças de faixa no karatê. Apenas pra provar a algumas mães que às vezes laudos médicos e relatórios escolares podem estar enganados e o que realmente precisa ser mudado não são os nossos filhos, mas sim o método de ensino."



Abril 2016:

"Semana de prova e já tentei de diversas formas fazer com que meu filho lesse a matéria, sentar e estudar, mas sem êxito... Já tentei ler a matéria pra ele, mas ele prefere o barulho da rua... Já tentei gravar áudio da matéria, sem êxito também... Hoje tentei um método que passou pela minha cabeça, lia um trecho e passava o resumo em várias cartolinas coladas pelo seu quarto, e logo depois de escrever fazia uma chamada oral do resumo que acabava de fazer, trecho por trecho. Isso ficou e ainda está colado pelo seu quarto, pois quando entramos juntos faço perguntas referente à matéria. 
Hoje ouvi a seguinte frase: "Mãe, você poderia ser professora, iria se dar bem nisso". 



Edson Damiao comenta: "Vejo que CORAÇÃO DE MÃE derruba muitaaaaaa teoria da Psicologia do desenvolvimento - quanto troca positiva! Sim mamães, é assim que podemos mostrar à escola de nossas crianças que, se dá certo em casa, há algo equivocado se o rendimento escolar não vai na mesma direção; ainda que a escola argumente que o espaço por lá é diferenciado e tem outra proposta, ou qq explicação contrária ao que vcs mães já perceberam nos filhos, mantenham uma posição; argumentem sim, pois de certa forma, estarão ajudando outras crianças com sofrimentos "anônimos" que tb estão naquele espaço. 
A singularidade da criança precisa ser respeitada e pelo que vi vcs estão conseguindo dar voz a essa necessidade (que é para ontem) - uma atitude como a de vcs derruba qq ação "apenas" para cumprimento curricular.... Respeito os estudos e pequisas de Piaget? Sim, tenho a formação profissional assentada nele... respeito Emília Ferreiro? Sim.... valido gde parte dos estudos dela sobre alfabetização - mas de verdade, tiro o chapéu para ações como essas; que por hora não fazem parte do currículo escolar, mas traduzem a aprendizagem da criança sob um ponto saudável... mães, pensem tb em formas de trabalhar tarefas de casa explorando mais esses canais visuais das crianças, como também explorar muitooooo diálogos informais sobre a vida... O que teu pequeno pensa sobre a escola? Como ele sente o entorno dele? É informal, mas de gde valor para a criança (o que na escola chamam... me parece de Currículo oculto) - Vcs mães têm muitooooo a dizer para os "programas" escolares. Com meu carinho - Edson - Dia de paz pra vcs com votos de muitaaaa brincadeira em família com seus pequenos no fds!

Agosto 2016:
"Hoje ele me disse que era pra eu deixar que ele estudasse sozinho como as crianças "normais". 
Essa eu levei pro lado mais leve, dei um sorriso e perguntei como eram as crianças normais e o que ele tinha de diferente pra ser anormal; ele levou pro lado leve também, e me disse: 
- É que eu só acho que estudar é chato, e eles não".

Que b-e-l-e-z-a de resposta a dele, Ellen! Tem de ir pro podium, sem estresse!! É que estudar, nos moldes que são comuns por aí, é muito chato mesmo!! Ele está certíssimo!!!
Importante incentivá-lo a vencer estas etapas assim massacrantes, se formar e ser um agente transformador, para que as novas crianças possam ser mais bem tratadas do que os diferentes, como ele, estão sendo!!
Diferente não é doente! Diferente não é deficiente! Diferente não é anormal! Diferente é...diferente! Nao existe uma pessoa IGUAL a outra! E todos tem o direito a Respeito, como todos os demais!
A propósito, lembrando que "normose" é o mal do milênio! Normose, sim, é mesmice! Fazer tudo igual, do mesmo jeito, como sempre foi feito, sem questionar, sem refletir, isto, sim, é problema!


Link deste artigo: http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2016/11/dda-as-fases-pelas-quais-eu-passei-meu.html


Querendo, leia também:


O que vai no interior desta criança - No início de sua vidinha, lá nos primeiros anos, a criança não tem noção das diferenças e convenções impostas pelo mundo adulto e ela se crê (e é!!) uma "igual", com direito e mérito a receber Amor, Carinho, Aceitação e Compreensão.
Por Marise Jalowitzki



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar 
Déficit de Atenção e Hiperatividade







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