A taxa de mutação espontânea nos gametas dos homens, os espermatozoides, é muito maior que a das mulheres.
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Marise Jalowitzki
Desde sempre convivemos com paradigmas que reforçam o preconceito com as mulheres, nesta abordagem, com a idade.
O passar do tempo tem sido um drama para muitas, pois a estética do corpo muda, as rugas e a flacidez aparecem, geralmente a energia diminui; muitas senhoras desenvolvem doenças auto imunes e, em relação ao sexo, então, os paradigmas são sempre ainda maiores. Mulheres costumam ser ridicularizadas por querer 'esconder' que estão 'véias', embora indivíduos de todos os gêneros estejam apelando para melhorias estéticas, exercícios físicos, vestuário mais alegre, suplementos e incentivadores (hormônios, afrodisíacos, etc.).
Todas estas mudanças acontecem também para os homens. Só que isto não é tão evidenciado, nem ressaltado, nem apontado. Paradigma. Preconceito.
Todas estas mudanças acontecem também para os homens. Só que isto não é tão evidenciado, nem ressaltado, nem apontado. Paradigma. Preconceito.
Recentemente, aqui no Brasil, passamos por um vexame internacional, quando um mandatário proferiu um comentário infeliz sobre um governante europeu que é casado com uma mulher mais velha que ele. E o mencionado respondeu escancarando o preconceito de tantos sobre a mulher: "Creio que as mulheres brasileiras devem estar se sentindo ofendidas com esta declaração. E qual o problema de ela ser mais velha que eu?" - disse ele. "Garanto que se fosse o contrário, ninguém comentaria!". E, de fato, o próprio governo brasileiro e o simpatizante mor dos EUA têm esposas muito mais jovens que eles.
E com relação à reprodução, então? Lembro de uma canção onde uma artista declarava: "mulher moça, bonita e carinhosa" como sendo o protótipo esperado pelo homem, tenha ele a idade que tiver.
Reforço ao machismo? Óbvio.
Entretanto, à luz da ciência, a perpetuação da espécie humana, com garantias de uma forma saudável, tem a ver com a idade, sim, e precisa de atenção responsável dos envolvidos no relacionamento.
Reforço ao machismo? Óbvio.
Entretanto, à luz da ciência, a perpetuação da espécie humana, com garantias de uma forma saudável, tem a ver com a idade, sim, e precisa de atenção responsável dos envolvidos no relacionamento.
Para os casais hétero e com grande diferença de idade, que querem gerar seus próprios filhos, considerem atentar para o que segue
O geneticista islandês Kári Stefánsson, principal autor de um estudo que pesquisou dados do DNA de 150.000 indivíduos islandeses, formatou o que muitos cientistas denominaram “o mapa genético mais detalhado do genoma humano".
Diz ele: “Nascer com um pai velho é mais perigoso que nascer com uma mãe velha. Isto não é uma novidade para os especialistas, mas agora apresentamos isso com uma precisão assombrosa".
Diversidade Genética
Todos os seres vivos são formatados por genes, que trazem as características de cada espécie. Os genes são a sequência específica de uma molécula de DNA (ácido desoxirribonucleico), responsável pelas informações sobre as características herdadas, ou seja, é a unidade fundamental da hereditariedade.
A diversidade genética é uma medida de biodiversidade que mede a variação genética dentro de cada espécie, tanto entre populações geograficamente separadas, como entre os indivíduos de uma dada população. (wikipedia)
Ela estabelece a quantidade de diferenças que há entre sequências de DNA, ao mesmo tempo que confere às populações de organismos condições de adaptabilidade ao meio ambiente.
Algumas considerações de especialistas
“A Síndrome de Down geralmente é herdada da mãe, mas as mutações do pai são mais comuns e podem levar a distúrbios como o autismo e a esquizofrenia”, esclarece o pesquisador islandês Stefánsson.
O TEA (Transtorno do Espectro Autista), "também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social". (Drauzio Varella)
"A esquizofrenia é a principal doença de um grupo de transtornos psiquiátricos denominados de transtornos psicóticos. Psicose é quando uma pessoa tem alterações na apreensão e no juízo sobre a realidade (delírios) e na sensopercepção (alucinações). A esquizofrenia se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios, ouvir vozes." (Drauzio e Gattaz)
O TEA (Transtorno do Espectro Autista), "também chamado de Desordens do Espectro Autista (DEA ou ASD em inglês), recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades de comunicação e relacionamento social". (Drauzio Varella)
"A esquizofrenia é a principal doença de um grupo de transtornos psiquiátricos denominados de transtornos psicóticos. Psicose é quando uma pessoa tem alterações na apreensão e no juízo sobre a realidade (delírios) e na sensopercepção (alucinações). A esquizofrenia se caracteriza pela perda do contato com a realidade. A pessoa pode ficar fechada em si mesma, com o olhar perdido, indiferente a tudo o que se passa ao redor ou, os exemplos mais clássicos, ter alucinações e delírios, ouvir vozes." (Drauzio e Gattaz)
A diversidade genética é fundamental para a evolução humana. Também, a quantidade e a qualidade dessas diferenças são responsáveis pelo possível surgimento de mutações causadoras de doenças raras.
O papel da ciência, segundo o geneticista islandês Stefánsson, é estudar e divulgar os resultados dos estudos. Incentivar a evolução ou evitar os riscos de gerar pequenos seres com patologias raras ou pouco frequentes é responsabilidade coletiva, tem de estar presente nas decisões tomadas individualmente.
O papel da ciência, segundo o geneticista islandês Stefánsson, é estudar e divulgar os resultados dos estudos. Incentivar a evolução ou evitar os riscos de gerar pequenos seres com patologias raras ou pouco frequentes é responsabilidade coletiva, tem de estar presente nas decisões tomadas individualmente.
Para tanto, recomenda, a primeira coisa a ressaltar é que “cerca de 80% das novas mutações vêm do pai. E são a principal fonte de alterações, anomalias e de doenças raras na infância". A maioria das doenças raras são genéticas e, portanto, estão presentes ao longo de toda a vida do indivíduo, mesmo que os sintomas não apareçam logo ao nascer.
Nem sempre são facilmente diagnosticadas, pois manifestações relativamente frequentes em outras enfermidades podem simular doenças comuns, dificultando o seu diagnóstico, causando elevado sofrimento clínico e psicossocial aos afetados, bem como para suas famílias.
As doenças raras podem ser:
- degenerativas;
- proliferativas.
Segundo o Ministério da Saúde, são doenças raras de origem genética:
1- Anomalias Congênitas ou de Manifestação Tardia
2- Deficiência Intelectual
3- Erros Inatos do Metabolismo.
Um estudo prévio de Stefánsson, publicado em 2012, determinou que
- aos 36 anos um homem transmite para seu filho o dobro de mutações que um homem de 20 anos
- aos 70 anos, este número aumenta oito vezes mais.
A maioria dessas mutações é inofensiva, mas é como apostar na loteria genética. Como as probalidades são bem maiores, os riscos também.
Arcadi Navarro, um pesquisador do Centro de Regulação Genômica de Barcelona, que não participou do novo estudo, celebra: “Este mapa não aponta mais ou menos onde está um bolsão de petróleo, ele mostra onde está o poço com uma precisão de metros”, destaca, usando uma metáfora.
Alberto M. Pendás, do Centro de Pesquisa de Câncer de Salamanca, estuda genes envolvidos na reprodução. “A taxa de mutação espontânea nos gametas dos homens, os espermatozoides, é muito maior que a das mulheres. Além disso, nos homens esta mutação espontânea aumenta com a idade, porque os espermatozoides vêm de células-tronco progenitoras — presentes nos testículos — que vão se dividindo desde a adolescência até praticamente a morte do indivíduo”, aponta. “É muito mais perigoso ter um pai velho que uma mãe velha. Muitíssimo mais”, reforça.
Um relacionamento, para dar certo, tem de contar com Empatia, Conhecimento, Sábias e Conjuntas Decisões. (@Pexels) |
Repasse esta importante informação.
Caso você esteja em um relacionamento, a diferença de idade do homem for bastante significativa e pretendem ter mais filhos biológicos, reflita, cerque-se de muito conhecimento para, depois, caso se configurem patologias pouco frequentes, ambos saibam enfrentar situações que exigem muito despreendimento, entendimento, persistência, carinho, amor desvelado.
Valores, aliás, que devem estar presentes SEMPRE, pois, independente de com patologia ou não, toda criança merece ser muito bem tratada!
Serviram de fonte:
- Wikipedia - https://pt.wikipedia.org/wiki/Diversidade_gen%C3%A9tica
- Portal São Francisco - https://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/diversidade-genetica
- Doenças raras - Ministério da Saúde - https://saude.gov.br/saude-de-a-z/doencas-raras
- Drauzio e Gattaz - https://drauziovarella.uol.com.br/entrevistas-2/esquizofrenia-entrevista/
- Drauzio Varella - https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/transtorno-do-espectro-autista-tea/
- Ageism - Discriminação por idade - https://compromissoconsciente.blogspot.com/2019/08/doenca-psiquica-dos-likes-e-ageism.html
- Foto do topo: https://www.pexels.com/pt-br/foto/arte-cortinas-de-pe-dentro-de-casa-448834/
- Foto mais no meio da página: https://www.pexels.com/pt-br/foto/moda-tendencia-pessoas-escritorio-3184396/
- Foto mais ao final: https://www.pexels.com/pt-br/foto/amor-coracao-maos-305530/
- Matéria interessante - https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-02/dia-mundial-das-doencas-raras-e-marcado-por-atividades-em-todo-o-pais
Link deste post: https://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com/2020/03/quer-ter-filhos-biologicos-e-diferenca.html
Marise Jalowitzki é mãe, avó, sogra, irmã, tia, filha, neta, amiga, cidadã.Também é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas.Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano. Querendo, veja aqui