sábado, 26 de setembro de 2015

Adolescência - Nem tudo é maldade ou bondade, por vezes, só a força dos hormonios em explosão



(imagem: tela do amigo Santosh Dhir, Angul, Índia -The Yogi)




Por Marise Jalowitzki
26.setembro.2015
http://tdahcriancasquedesafiam.blogspot.com.br/2015/09/adolescencia-nem-tudo-e-maldade-ou.html

"E ele me olha com aquela cara do tipo: 'Que foi que eu fiz, afinal?' ...Dá vontade de bater!"...

A adolescência, o início da puberdade, especialmente nos garotos, costuma ser uma fase bem conturbada.
Eles recebem uma carga extra da Mãe Natureza, em testosterona, o hormônio masculino, do agir, do impulso, do fazer! Esta carga extra chega a 800%!! 

Como um garoto vai raciocinar direito? É muito impulso! Para os adultos, saber que nem tudo depende da cabeça deles, que o raciocínio lógico deixa-se facilmente dominar pelo instinto de "guerreiro-brigão", pode ajudar a mãe a entender um pouco mais do processo e não sofrer tanto, nem se estressar tanto!

Independente se o adolescente já recebeu algum rótulo de "transtorno", ou não, oportuno ler o que segue:

Meninos são a maioria dos casos diagnosticados
"De acordo com relatórios sobre saúde masculina, os meninos recebem diagnóstico de TDAH quatro vezes mais do que as meninas. Diagnósticos nem sempre procedentes, pois não levam em consideração fatores como alimentação inadequada, o tempo que eles ficam em frente aos eletrônicos, o estresse que muitos jogos eletrônicos violentos causam, a falta de uma prática desportiva. Lembrando que, nos meninos que iniciam sua puberdade, a explosão de testosterona chega a aumentar 800 por cento! Nem eles sabem lidar bem com tanta iniciativa, agressividade, revolta e experimentos de independência! A maioria dos casos que envolvem diagnósticos de TDAH refere-se àqueles garotos de estilos mais audazes e voluntariosos. Os pequenos - por vezes mais destemidos, mais valentes, mais impulsivos e determinados, inquietos, voltados para jogos e filmes de lutas, a tentativa de impor a sua vontade de uma maneira mais contundente do que, usualmente, as meninas – são os maiores candidatos a receber a indicação para tratamento.

Em tempos idos, os pequenos varões eram criados para serem guerreiros, valentes, impulsivos, de iniciativa e poder de decisão. Correr, lutar, gritar, exibir sua força. Atualmente a cultura de guerreiro, como era antigamente conhecida, já nem existe. Nem é mais o homem o único provedor das necessidades básicas da família. Entretanto, estamos diante de um paradoxo. Se, por um lado, as iniciativas e os rompantes são inibidos, até farmacologicamente, o instinto competitivo continua sendo incentivado por nossa sociedade, na escola e nas famílias." 
(Pág 81 - Livro TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM)

Esta incongruência social, de valores morais dúbios, faz com que muitos dos responsáveis pela criação dos pequenos, optem por medicalizar o corpinho em formação - levados pelo desconhecimento, por inculcação ou comodismo -, quando muito do que acontece exige apenas compreensão de todo o processo, para que a autorregulação ocorra sem traumas.

Em contrapartida à produção de testosterona, o organismo também produz um índice de estrogenio, o hormonio feminino, o que deixa a vida dos garotos em picos de agressividade e gentileza.

Os pais que optam pela procura dos efeitos mágicos da medicalização pesada para seus filhotes, precisam saber que, com tais procedimentos, o organismo infanto-juvenil acaba se tornando um verdadeiro laboratório, um 'campo-de-testes", onde os experimentos não tem fim. Em nome de uma ilusoria busca de equilíbrio, ora é esperado (pelo efeito de psicofármacos!!) que ele "se aquiete", ora que ele "se concentre", ora que ele "fale mais", "se socialize".... zorra!!! 



Medicina como reguladora do comportamento - 40 anos - O gênio de Quino, da Revista Mafalda, retratando o papel regulador social da medicina - no caso, da Pediatria

Com as meninas não é diferente, pois a "briga de hormonios" também acontece. Nos dois casos (corpo masculino ou corpo feminino) há uma carga extra dos dois hormonios, testosterona e estrogenio, fazendo com que as atitudes sejam bastante imprevisíveis.

Como fazer uma criança-jovem ficar sujeita aos efeitos de Ritalina, por exemplo (ou Concerta - mesmo princípio básico - metilfenidato), que tem como objetivo "aquietar" e, ao mesmo tempo, os pais se queixar de que "ela não se socializa", "está sempre sozinho"?? Simplesmente, não é possível! E, aí, infelizmente, muitos cuidadores acabam aceitando mais e mais psicotrópicos, aumentando a imprevisibilidade dos resultados.

Sim, nesta fase é, por vezes, difícil até de reconhecer o filho "de antes", mas é assim mesmo! Ele está em plena mutação e nunca mais será "o de antes", simplesmente porque isto não é mais possível!

Por vezes, as rixas se estendem, mas, há momentos em que eles reconhecem que se excederam. Quando ele chega a pedir desculpas (sem nem entender direito o que fez de errado...), desculpa, mãe, aceita as desculpas dele, mas dá o teu tempo para desculpar! E diz isso a ele! Tipo:
"Bem legal que reconheces e vens pedir desculpas, mas, ainda tá doendo em mim e a mãe vai precisar de um tempo pra passar por cima!"
Isto ajuda a criança-quase-adolescente a perceber que faz sofrer aos outros com suas atitudes e possibilita que tente se autorregular. 

Importante dar limites, esforçando-se pra manter o equilíbrio!

Paz para tod@s!


Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente

Escritora, Educadora, 
Idealizadora e Coordenadora do Curso Formação para Coordenadores em Jogos e Vivências para Dinâmica de Grupos,
Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela FGV,
Facilitadora de Grupos em Desenvolvimento Humano,
Ambientalista de coração, Vegana.
Certificada como International Speaker pelo IFTDO-VA-USA
marisejalowitzki@gmail.com 
compromissoconsciente@gmail.com 



Livro: TDAH Crianças que Desafiam 
Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família
Contra o uso indiscriminado de metilfenidato - Ritalina, Ritalina LA, Concerta

Acesse: 
http://www.compromissoconsciente.com.br/
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ou entre em contato direto:
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TDAH Crianças que Desafiam - Como Lidar com o Déficit de Atenção e a Hiperatividade na Escola e na Família





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